InfoPress: OCUPAÇÃO MANOEL BAHIA, SALTO DA DIVISA, MG.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

OCUPAÇÃO MANOEL BAHIA, SALTO DA DIVISA, MG.















por: Brigadas Populares Jequitinhonha

Cerca de 350 famílias sem teto ocuparam, no dia 20 de Novembro de 2015, um terreno ocioso ao lado da Barragem de Itapebi no município de Salto da Divisa, em Minas Gerais. As famílias reivindicam a efetivação do direito constitucional à moradia e denunciam violações de direitos humanos praticadas contra a população de Salto da Divisa pela construção da barragem de Itapebi.
Salto da Divisa é uma cidade onde 2 (duas) famílias controlam a maior parte da economia da cidade, retêm o monopólio sobre as das terras e dominam o poder político, repetindo, até hoje, as injustiças históricas do coronelismo. A maior parte da sua população vive sem terras e sem casa, sem condições de adquirir um lugar para viver, produzir e trabalhar, tendo que se sujeitar ao aluguel, crucificando mensalmente o escasso orçamento familiar.
Piorando esse quadro a Barragem de Itapebi inundou parte da Cidade, represou e degradou o Rio Jequitinhonha, excluindo vários trabalhadores de sua fonte de renda e de seu modo de vida tradicional, como os pescadores, lavadeiras, extratores de pedra e outros.
O nome dado à ocupação foi uma homenagem ao Manoel Ramos, o Bahia, coordenador da Ocupação Vitória em Belo Horizonte, que foi assassinado no dia 31 de março de 2015 por defender uma sociedade mais justa. Os trabalhadores de Salto da Divisa também compartilham desse ideal e assim reivindicam:
- A desapropriação do terreno e sua destinação para habitação popular, para que as 350 famílias sem teto tenham um lugar onde viver em dignidade.
- Reconhecimento dos 150 pescadores que perderam o trabalho por causa da barragem com ressarcimento pelo tempo sem trabalho. (Os pescadores perderam o trabalho porque não há mais peixes, o que prejudicou a dieta de toda a população da Cidade!).
- Limpeza e repovoamento do Rio.
- Construção de escadaria para que o peixe possa subir na piracema.
- Reconhecimento e indenização pelo tempo parado das oitenta e seis Lavadeiras que perderam a fonte de renda e o trabalho que exerciam no Rio Jequitinhonha.
- Reconhecimento e indenização aos 48 extratores de pedras também atingidos pela construção da Barragem.
-Compensação aos 174 pedreiros atingidos e projeto para continuidade da profissão.
- Reconhecimento dos garimpeiros artesanais e balseiros como categorias atingidas,
- Nova moradia ou indenização para construção de cerca 360 casas que estão dentro dos 100 metros da Beira do Lago da Barragem.
- Reforma de cerca de 200 casas que foram danificadas pelo impacto da barragem.

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