InfoPress: 03/29/16

terça-feira, 29 de março de 2016

ATO EM LISBOA DENUNCIA GOLPE EM EVENTO DE GILMAR

Por Artur Voltolini - Cerca de cem manifestantes – poucos, mas barulhentos – amanheceram na entrada da Universidade de Lisboa nesta terça-feira 29 portando faixas, cartazes e entoando gritos contra o golpe em curso no Brasil. Lá ocorre o "4º Seminário Luso-Brasileiro de Direito", com o tema "Constituição e Crise – A Constituição no contexto das crises política e econômica".
O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes é responsável pela organização do seminário, por meio de seu Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), em parceria com a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. 
Gilmar tentou unir a nata do movimento golpista para apresentar o que jornais portugueses chamaram de "Governo em exílio": os senadores tucanos Aécio Neves e José Serra, o presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz, o também ministro do STF Dias Toffoli e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que patrocinou o encontro.
José Serra chegou ao evento aos gritos de "não vai ter golpe" (assista ao vídeo abaixo). Entre os governistas, somente o senador petista Jorge Viana, pelo Acre, e o ex-advogado-geral da União Luís Inácio Adams foram convidados.
O vice-presidente da República, Michel Temer, cancelou sua participação, assim como o presidente português, Marcelo Rebelo de Souza, e o ex-primeiro-ministro de Portugal Pedro Passos Coelho, ambos do Partido Social Democrata. Os dois alegaram "problemas de agenda" para cancelar a participação.
Abaixo, os vídeos da manifestação e da chegada de José Serra, aos gritos de "não vai ter golpe":

'GOLPISTAS QUEREM VOLTAR AO TEMPO EM QUE SE ROUBAVA E NADA SE APURAVA'

Em vídeo, o deputado federal Bohn Gass (PT-RS) afirma que há seis golpes em curso contra a presidente Dilma; "o primeiro golpe é na lei, porque a Constituição é clara: só haver impedimento quando houver crime de responsabilidade", diz ele; segundo: um golpe no combate à corrupção; o terceiro, de acordo com o petista, é o que afronta os direitos dos trabalhadores; há ainda, segundo ele, um "golpe no patrimônio do Brasil"; e os dois últimos: "um golpe nos direitos sociais" e "um golpe na boa política"; assista

O deputado federal Bohn Gass (PT-RS) afirmou que seis golpes estão em curso contra a presidente Dilma Rousseff (PT).
Na avaliação dele, "o primeiro golpe é na lei, porque a Constituição é clara: só haver impedimento quando houver crime de responsabilidade. A presidente Dilma não roubou, não tem dinheiro na suíça, fez decretos para tais pedaladas que todos os presidentes fizerem. São questões administrativas apenas".
"Segundo: um golpe no combate à corrupção. As investigação estão chegando nos graúdos golpistas da oposição. Eles querem afastar a presidente, que permite investigações, para voltar ao tempo em que se roubava, nada se apurava. Tudo ia debaixo do tapete", disse o parlamentar.
O terceiro golpe em curso, de acordo com o petista, é o que afronta os direitos dos trabalhadores. "São os mesmos que não querem salário mínimo acima da inflação, que querem desvincular reajuste da aposentadoria acima do salário mínimo, que querem terceirizar e flexibilizar os direitos dos trabalhadores", acrescentou.
Segundo o congressista, também está havendo um "golpe no patrimônio do Brasil". "Sim, porque os golpistas já entregaram a Vale do Rio Doce. Querem vender a Petrobras e entregar nossa riqueza ao pré-sal", afirmou.
"Quinto: há um golpe nos direitos sociais. Bolsa Família eles consideram coisa de vagabundo. Não construíam casas para o povo e só veem problemas no 'Minha Casa, Minha Vida'". E ainda criticam o programa Mais Médicos", disse. "Sexto: há um golpe na boa política. Essa de dizer 'chega de roubalheira' é um disfarce. O movimento pró-impeachment é um movimento golpista-político".
Assista ao vídeo: 

PMDB OFICIALIZA SAÍDA DO GOVERNO E APOIO AO GOLPE

Em reunião realizada na Câmara dos Deputados, o diretório nacional do PMDB, presidido pelo vice-presidente, Michel Temer, confirmou oficialmente o rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff, conforme havia sido anunciado ontem; ficou definido que nenhum integrante da legenda está autorizado a exercer cargos no governo em nome do PMDB, anunciou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que conduziu a reunião; "É um dia histórico", afirmou Jucá; o encontro teve duração de menos de quatro minutos; moção foi aprovada por aclamação aos gritos de "Brasil para frente, Temer presidente"

Em reunião realizada na Câmara dos Deputados na tarde desta terça-feira 29, o diretório nacional do PMDB, presidido pelo vice-presidente, Michel Temer, confirmou oficialmente o rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff, conforme havia sido anunciado ontem.
O senador Romero Jucá (PMDB-RR), que conduziu a reunião, anunciou que nenhum integrante da legenda está autorizado a exercer cargos no governo em nome do partido. 
"A partir de hoje o PMDB se retira da base do governo de Dilma", disse Jucá. "É um dia histórico", completou. Na reunião não ficou definido prazo, porém, para a devolução dos cerca de 600 cargos no governo e sete ministérios.
A saída do governo foi aprovada por aclamação, em reunião que durou menos de quatro minutos. O encontro foi acompanhado de gritos como "Brasil para frente, Temer presidente".

A agenda dos golpistas é a retirada de direitos

A estratégia de suposto combate à corrupção usada pela oposição, em conluio com a mídia e setores do Ministério Público e do Judiciário, para tentar cassar uma presidenta legitimamente eleita, é a mesma que foi usada para derrubar os presidentes João Goulart e Getúlio Vargas.
Notem que os três têm características fortemente trabalhistas. No caso do PT, destaca-se um detalhe que a elite considera quase um delito: o olhar especial com as questões sociais mais urgentes do Brasil, como a desigualdade, a fome e a miséria.
Não é só uma coincidência. Setores conservadores da sociedade não suportam que tenhamos direitos. Caiu a máscara. Agora escancaram que estão odiando ter de pagar aos empregados domésticos os mesmos direitos que a CLT garante há mais de 70 anos a todas as categorias profissionais do Brasil. Queriam continuar tratando domésticos como pessoas "quase da família", mas que não têm direito sequer de comer da mesma comida que eles. Hipócritas!
Querem acabar com as nossas oportunidades de ascensão social por meio da escolaridade e do trabalho decente e bem remunerado, que Lula e Dilma vêm garantindo desde 2003. Odeiam que nossos filhos tenham as mesmas condições de acesso a boas universidades e - vejam a petulância - que filhos de pedreiros e domésticas – as milhares de Jéssicas do nosso Brasil - estudem nas mesmas salas de aulas que seus filhos "cheirosos" que nunca puseram os pés em um ônibus.
A diferença agora é que, além da ampla cobertura da mídia, parlamentares e empresários se aliaram a parte de promotores públicos e até ministros do Supremo Tribunal Federal. De forma organizada e pautada de acordo com a cartilha da propaganda nazista, eles ocupam dezenas de páginas de grandes jornais e horas de programação em rádios e TVs para propagar sua suposta indignação contra a corrupção.
Dão a entender que a corrupção nasceu e se criou a partir do momento em que o Partido dos Trabalhadores subiu a rampa do Palácio do Planalto.
A turma da intolerância e do ódio aceita de bom grado essa versão que ignora fatos históricos que relatam corrupção no Brasil no século 16, quando funcionários públicos faziam vistas grossas ao comércio ilegal de produtos brasileiros como pau-brasil, tabaco e diamante e do ouro – é daí que surgiram expressões como "santo o pau oco" e a outra, que se refere à sonegação fiscal "quintos dos infernos". E até as mais recentes, como as denúncias de compra de votos para aprovar a reeleição do ex-presidente FHC – segundo o delator Pedro Correia, do PP, o Itaú financiou este momento de corrupção histórica ignorada pelos órgãos de vigilância e pela mídia que se diz investigativa.
Os golpistas usam a mídia e ambos nos tratam com o desprezo que a burguesia reserva aos seus vassalos, pessoas que eles consideram desinformadas e intelectualmente incapazes.
Digo isso porque eles repetem uma estratégia antiga de dizer que o PT inventou a corrupção. Ora, se eles combatiam a corrupção desde a década de 1960, como o PT pode ser o criador deste mal?
Os golpistas, via mídia e discursos inflamados na Câmara e no Senado, confundem o leitor ou telespectador com distorções e manipulações das notícias. As pessoas até agora não entenderam que o processo de impeachment contra a presidenta Dilma não é por crime de corrupção. Ouvem dizer que ela não cometeu crime nenhum. E ficam confusas. O fato é que o processo de cassação do mandato de Dilma está sendo votado por causa do que na imprensa chama de pedaladas fiscais. Sabe do que se trata?
Provavelmente não, porque a mídia sonega esta informação. Simplificando. A pedalada ocorre quando o governo atrasa o repasse de recursos a outros órgãos para o ano seguinte para manter o superávit. Por exemplo, a Caixa Econômica Federal repassa os benefícios dos programas sociais aos cidadãos e cidadãs cadastrados. Para isso, o Governo Federal deve manter uma conta com saldo positivo para a Caixa fazer os pagamentos. A pedalada ocorre quando o governo atrasa o repasse, só isso. Nada mais.
O que de fato está acontecendo no Brasil é uma tentativa antidemocrática de assumir o poder sem ganhar as eleições. E isso é golpe! Um golpe de estado comandado por deputados e senadores que estão sendo investigados por corrupção. Alguns já são inclusive réus no STF, como é o caso de Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados e um dos líderes da tropa de choque do golpe.
O que eles querem é ganhar no "tapetão", o que não conseguem via eleições democráticas. Querem chegar ao poder para implementar a agenda do PMDB "Ponte para o Futuro" (para nós, uma ponte para o retrocesso), uma espécie de programa de governo do vice, Michel Temer muito parecida com a de Aécio Neves, que não foi aceita pela maioria da população nas urnas. A agenda dos golpistas é a retirada de direitos sociais e trabalhistas duramente conquistadas ao longo de muitas décadas, e, ampliados nos anos recentes, como o citado exemplo das trabalhadoras, que eram tratadas como escravos modernos. A classe trabalhadora e os movimentos sociais irão resistir!​

LULA AO NYT: “OBJETIVO ERA DESTRUIR A IMAGEM DO LULA”

Em resposta a um jornalista do The New York Times em coletiva a veículos internacionais nesta segunda-feira 28, o ex-presidente Lula disse achar "deprimente" a divulgação, pelo juiz Sérgio Moro, de conversas particulares suas; "Acho que o juiz deveria ter muita responsabilidade e não confundir conversas de ordem pessoal com conversas públicas. E muito mais grave ainda é a imprensa utilizar como se fizesse parte de um circo", comentou; para Lula, o objetivo, com a divulgação, era muito claro: "o objetivo era tentar destruir a imagem do Lula"; o vídeo do trecho da entrevista foi divulgado nesta terça-feira por Lula
O ex-presidente Lula disse ter se sentido "ofendido" e ter achado "deprimente" a decisão do juiz Sérgio Moro de divulgar conversas particulares suas, que não tinham relação com as investigações do âmbito da Operação Lava Jato. As declarações foram dadas a um jornalista do The New York Times em coletiva a 24 veículos internacionais nesta segunda-feira 28 em São Paulo.
"Primeiro eu me sinto, como brasileiro, ofendido. Acho que o juiz deveria ter muita responsabilidade e não confundir conversas de ordem pessoal com conversas públicas. E muito mais grave ainda é a imprensa utilizar como se fizesse parte de um circo", disse Lula. "Eu duvido quem, nesse país, não conversa por telefone com parente, amigos, qualquer bobagem, qualquer coisa", acrescentou.
"Eu achei deprimente, achei pobre e achei de má-fé. Não foi correto fazer a divulgação de coisas privadas. Se tivesse algo relacionado com algo que ele estivesse investigando... eu lamento, acho que isso empobrece o Brasil", criticou ainda o ex-presidente. "Eu acho que tinha um objetivo: o objetivo era tentar destruir a imagem do Lula", opinou.
Ainda fazendo comentários sobre Moro, Lula disse que tudo indica que ele seja "uma figura inteligente, uma figura competente, mas como ser humano, eu temo que a mosca azul faça seus efeitos. As pessoas começam a se autovalorizar, achar bom que a imprensa dá destaque, porque a primeira coisa que a imprensa faz é dar um prêmio". "Eu acho que se ele fizer um julgamento correto, ouvir as pessoas corretas, dar o direito de as pessoas se defenderem, ele vai estar fazendo um trabalho extraordinário para a democracia brasileira", afirmou.
"Porque um juiz tem que ser respeitado por todo mundo, não pode ser de um lado ou de outro. Eu temo que o excesso possa levá-lo a cometer erros. Espero que ele seja justo com as pessoas que ele está analisando e julgando, só espero isso, nada mais nada menos. Só quero ter o mesmo tratamento que todo cidadão brasileiro tenha neste país", finalizou o ex-presidente. Confira abaixo no vídeo, publicado em sua página no Facebook:
 

Publicidades

B01 340x40

Publicidades

Banner Futebol 320x50

Anúncios

Logo_120x60