“Doutor Marcelo [Odebrecht] me deu o número de R$ 50 milhões para eu colocar na mesa como oferecimento ao doutor deputado Eduardo Cunha para que ele, com esse dinheiro, buscasse o apoio político a critério dele, buscasse distribuir de tal forma que obtivesse o apoio político necessário para neutralizar esta ação, principalmente da Casa Civil”, disse o o ex-presidente da Odebrecht Energia, Henrique Valladares, em sua delação premiada.A Casa Civil, à época, era comandada por Dilma Rousseff.
Repare bem, a Odebrecht pagaria (ou pagou) a Eduardo Cunha R$ 50 milhões para sabotar a posição de Dilma Rousseff.
Isso é coisa de quem é “amigo” da ex-presidente? Ou de quem acertava negócios às suas costas e, depois, no máxim, saía pela tangente, como no caso do contrato com a Petrobras que ele narrou ontem, curiosamente o mesmo que motivou a reunião, presidida por Temer, para o achaque de US$ 40 milhões (R$126 milhões).
Juntem as histórias, senhoras e senhores, e vejam porque Graça Foster e Dilma Rousseff estavam de cabelo em pé com os boatos e qual a razão de Odebrecht ter mandado fazer chegar aos ouvidos de Michel Temer que a ex-presidenta estava querendo saber se seu vice “metera a mão”?
Não nego a possibilidade de que alguém do PT, como disse Odebrecht, tenha entrado no negócio e, amadores como são perto da turma do PMDB, tenham levado alguma “merreca” – Odebrecht não menciona o valor – para entrar na lambança e ficar enlameado.