Respondendo as indagações de Aécio, que resgatou perguntas que fez durante os debates eleitorais de TV, Dilma afirmou que a queda dos preços das commodities, como petróleo e minério de ferro, em 2014, que afetou a economia do país. A presidenta destacou que três dias após o segundo turno eleitoral, os Estados Unidos começaram a sair da política de expansão fiscal.
"A consequência é elevação dos juros americanos e desvalorização generalizada das moedas. Esse é um processo extremamente comprovável. Não foi só o real. Foram todas as moedas atingidas, provocando um efeito na inflação, via o câmbio desvalorizado", disse Dilma, citando ainda a grave crise energética provocando uma das maiores secas da história no Sudeste.
Dilma salientou que a política do "quanto pior melhor" ganhou um parceiro com a eleição de Eduardo Cunha par a presidência da Câmara dos Deputados.Esta eleição do senhor Eduardo Cunha produz uma situação complexa para meu governo. Os projetos que enviamos para buscar uma saída fiscal para nossa situação, [...] houve uma ação negativa, no sentido de não aprovar o que mandamos. E ainda houve as 'pautas-bomba' [que aumentaram os gastos]", lembrou.
Ela afirmou de forma chantagista o Congresso não funcionou como deveria. "Todas as comissões cuja ação têm impacto na questão fiscal não funcionaram", disse ela, frisando que essa conduta tinha como objetivo inviabilizar o seu governo. "Isso sim é um descompromisso com a coisa pública", afirmou.
Ela salientou que o seu governo propôs as medidas necessárias para equacionar a questão fiscal. "Não acho, de maneira nenhuma, a situação que qualquer presidente da República enfrentará, diante de crises cíclicas, que elas podem ser encaradas sem cooperação de diferentes esferas do poder. Não podemos aceitar que se faça a política do 'quanto pior, melhor'."Dilma refirmou que respeita o voto direto e que prefere o barulho das ruas, das disputas eleitorais. "Não respeito a eleição indireta, que é produto de um processo de impeachment sem crime de responsabilidade. Isso não posso respeitar. Posso, ao longo do meu mandato, ter cometido erros e não ter cumprido tudo o que era esperado de mim", declarou.
Finalizou a sua fala dizendo que, quando qualquer sistema político aceita condenar um inocente é criado um nível de exceção com consequências políticas. “Não estou aqui dizendo que hoje está tendo um golpe de Estado. Estou dizendo ‘me condenem que este golpe será irreversível’. E aí uma das maiores instituições do país, o Senado da República, terá cometido um crime contra uma pessoa inocente”.
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