InfoPress: 05/26/16

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Governo Temer já pode acabar

Se havia dúvidas ou vontade de não ver, agora não tem mais jeito. O impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff (PT) foi uma grande farsa liderada no Congresso por partidos como PMDB e PSDB, com a conivência de parte do Judiciário, do empresariado e da imprensa. Entre os motivos: livrar-se de Dilma e do PT, assumir a Presidência e salvar a própria pele de eventuais desdobramentos da operação Lava Jato. A caracterização das pedaladas fiscais como crime de responsabilidade fiscal defendida por advogados, especialistas e jornalistas era uma falácia.

Não se trata de uma versão petista da história. O passo a passo da tramoia foi revelado pelos próprios conspiradores. As conversas gravadas, e agora divulgadas, entre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e, principalmente, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), com o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado sugerem negociações para aprovar o impeachment a fim de arrefecer a Lava Jato. As investigações de desvios na Petrobras e em órgãos ligados a ela atingem Renan e Jucá e, segundo eles mesmos, se espalhariam por todo o Congresso, sobrando “só uns cinco ou seis” parlamentares.

Não há como legitimar ou dar credibilidade ao presidente provisório Michel Temer se seu governo tiver sido articulado a partir de uma fraude. Um dos artífices do impedimento de Dilma no Senado, Jucá, inclusive, foi premiado por Temer, como forma de gratidão, com um dos mais importantes ministérios, o do Planejamento. Não durou 12 dias no cargo, confirmando a gravidade do conteúdo das conversas grampeadas.

Não faz nenhum sentido ficar discutindo a aprovação de meta fiscal ou o novo plano econômico do governo interino quando toda a tramoia do impeachment vem à tona. Reconhecer Temer como presidente é insistir em sustentar uma farsa insustentável. A história cobrará esse preço. A resistência ao novo governo não está situada apenas no núcleo cultural e em movimentos sociais ligados ao PT. Ela vai muito além de um grupo de artistas e do MST, e só tende a crescer após os recentes escândalos e, principalmente, depois do esfolamento, pretendido pelos atuais ocupantes do Planalto, das parcelas mais pobres da população – vide corte de gastos na saúde e na educação previstos no recém-anunciado plano econômico.

Para além da ilegitimidade do governo provisório de Temer, ficam também uma série de dúvidas após as revelações dos áudios do ex-dirigente da Transpetro com senadores. Se as conversas foram gravadas em março, mesma época do grampo de Lula com Dilma divulgado de imediato e propositalmente pelo juiz Sergio Moro para barrar a posse do ex-presidente como ministro, por que só agora essas conversas envolvendo peemedebistas foram reveladas? O conteúdo das gravações, por certo, barraria o impeachment.

Também são estranhos o silêncio e a paralisia de Moro e do STF – especialmente de Gilmar Mendes e de Celso de Mello, outrora falantes – diante dos novos áudios. Por que os ministros do Supremo estavam “putos” com Dilma, conforme afirmou Renan? E, diabos, qual é o esquema do Aécio?
Fonte: O Tempo 200_200_Telefonia

Vazamentos de novos áudios pode escancarar ainda mais o golpe

Assessores  do presidente interino, Michel Temer, relatam um clima de apreensão no governo depois de
receberem a informação de que o Ministério Público pode ter mais gravações feitas pelo ex­-presidente da Transpetro Sérgio Machado reforçando suspeitas de que a cúpula do PMDB estaria atuando para tentar brecar a Operação Lava Jato.

Como "vacina", auxiliares de Temer defendem que ele se blinde de potenciais dores de cabeça e afaste em até 30 dias ministros citados na Operação Lava Jato ou que respondam a acusações judiciais, como
Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Maurício Quintella (Transportes).

Alves é alvo de dois pedidos de inquérito, ainda sem aval da Justiça, por suposto envolvimento no esquema de desvios ligados à Petrobras. Quintella (PR) é suspeito de participação em desvios de verba destinados ao pagamento de merenda escolar em Alagoas. Ambos negam as acusações.
Segundo informações obtidas pela equipe de Temer, as gravações divulgadas até agora pela Folha seriam apenas parte do material entregue por Machado à Procuradoria­Geral da República, com quem ele fechou uma delação premiada, homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Nas palavras de um assessor presidencial, o que preocupa o governo interino é o "fator do imponderável" sobre novas denúncias e a possibilidade de novos áudios causarem debandadas na base aliada às vésperas de votações de medidas econômicas no Congresso.
Na segunda­-feira (23), no mesmo dia da divulgação de gravação do ex­ ministro Romero Jucá (Planejamento) com Machado em que ele sugere um pacto para barrar a Lava Jato, o PV anunciou posição de independência no Congresso. O receio é que partidos como PSDB e DEM repitam o gesto caso as denúncias se aproximem do presidente interino.
Para um aliado do presidente interino, alguns auxiliares terão de se sacrificar para evitar que se tornem "tetos de vidro" de uma administração que tem um prazo curto para provar que pode continuar à frente do país, já que o processo de impeachment de Dilma Rousseff deve ser finalizado até setembro.
Além da gravação entre Jucá e Machado, a Folha revelou gravações do expresidente da Transpetro com o presidente do Senado,Renan Calheiros (PMDB­AL), e o ex­presidente José Sarney.
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