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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Revolta na África do Sul por insultos racistas na Internet

(Arquivo) Pessoas protestam contra o racismo, na Cidade do Cabo, no dia 18 de setembro de 2015
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(Arquivo) Pessoas protestam contra o racismo, na Cidade do Cabo, no dia 18 de setembro de 2015
Os insultos de conotação racista postados nas redes sociais, que comparam os negros a macacos e pedem uma "limpeza" no país estão gerando uma comoção na África do Sul 22 anos após o final do apartheid.
Penny Sparrow, uma agente imobiliária branca de Park Rynie, na província de KwaZulu-Natal (leste), se queixou no Facebook da atitude dos negros que deixam lixo na praia nas festas de fim de ano.
"A partir de agora chamarei de macacos os sul-africanos negros porque os pequenos e adoráveis macacos selvagens fazem o mesmo que eles: pegam e jogam o lixo", escreveu.
O analista econômico Chris Hart foi suspenso do estabelecimento bancário Standard Bank por ter denunciado em um tuíte o "ódio" crescente "contra as minorias", em referência à população branca.
As declarações de Penny Sparrow e de Chris Hart desataram uma onda de revolta no país, traumatizado por décadas de discriminação entre brancos, negros, mestiços e índios.
"Quero limpar este país de todos os brancos. Devemos fazer o que Hitler fez com os judeus", reagiu no Facebook um funcionário, Velaphi Khumalo. Declarações qualificadas de "bárbaras e racistas" pelas autoridades locais, pelas quais foi suspenso.
Vinte e dois anos após a eleição do primeiro presidente sul-africano negro, Nelson Mandela, este mar de injúrias "evidencia o trabalho que ainda resta a ser feito para que a reconciliação nacional seja uma realidade", declarou à AFP Mienke Steytler, do Instituto Sul-africano de Relações Raciais (IRR).
O Congresso Nacional Africano (ANC), no poder desde 1994, denunciou a "intolerância racial" e apresentou uma denúncia por ultraje contra várias pessoas, como Penny Sparrow e Chris Hart.
Velaphi Khumalo não aparece entre elas, explicou à AFP o porta-voz do partido, Zizi Kodwa. "Nós apresentamos a queixa contra os que começaram os comentários ofensivos. Khumalo apenas reagiu", afirmou, embora "condene" as palavras do funcionário.
O IRR se apressou a denunciar "a discriminação inaceitável" que a ANC faz entre os autores de comentários racistas, prejudicial para a reconciliação.
- A "sabedoria de Mandela" -
O partido no poder também se declarou favorável a uma legislação "que criminalize os atos que perpetuem o racismo e glorificam o apartheid".
"É preciso punir estes indivíduos porque fazer a África do Sul retroceder", insistiu Zizi Kodwa, afirmando que o país "nunca esteve tão polarizado racialmente como agora".
Em 2000, cerca de 72% dos sul-africanos estimavam que as "relações raciais melhoravam". Caiu para 39% em 2012, segundo um levantamento da presidência sul-africana.
Criminalizar o racismo não é uma solução, estima a Fundação Nelson Mandela. "Devemos seguir a sabedoria de Nelson Mandela: 'a reconciliação é um processo espiritual que precisa de mais do que um marco jurídico. Deve ser feito nos corações e nas cabeças", afirma o presidente da fundação, Sello Hatang.
Alguns "não se desculpam até que sejam criticados", lamenta.
"Cometi um erro na escolha de minhas palavras. Não quero culpar minha diabetes, mas acho que isso afetou minha capacidade de julgamento", justificou Penny Sparrow.
O principal partido da oposição, a Aliança Democrática, da qual Penny Sparrow faz parte, reagiu com sua suspensão e acusando-a de "desumanizar os sul-africanos negros".
Velaphi Khumalo também se desculpou dizendo que suas declarações "não refletem a ideologia de uma sociedade democrática que é nosso ideal".

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