InfoPress

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Só Dilma salva a Lava Jato




Alex Solnik - Não é possível entender o que está acontecendo no Brasil a partir de uma discussão ideológica: se houve ou não houve golpe.
Essa gente capitaneada por Temer e Cunha que chegou ao poder não tem ideologia nenhuma a não ser a do dinheiro.A ideologia que conhecem é fazer fortuna com o dinheiro do estado brasileiro. Sempre foi assim. Vejam o exemplo do decano José Sarney.

Aos 86 anos, 60 dos quais dedicados à política está muitas vezes milionário, sem até agora fornecer qualquer explicação de como isso ocorreu. Sabe-se, no entanto, que o então presidente da Petrobrás no governo FHC, Joel Rennó, era assíduo frequentador de sua mansão e sua família comanda uma das grandes redes de postos de gasolina do país – além de retransmissoras da TV Globo e de outros negócios herdados por seus filhos.

Outro campeão do mesmo esporte, Orestes Quércia, morreu deixando uma herança de bilhões de reais tendo sido a vida inteira político profissional. Seu sucessor na presidência do PMDB é Temer. Dá para imaginar que ele tenha chegado a esse posto sem rezar na mesma bíblia do antecessor?

Nem Sarney, nem Quércia, nem todos os demais – não esqueçamos de Paulo Maluf, ACM, a lista é imensa – jamais foram incomodados para valer pela Justiça. (Ainda hoje, também já octagenário, Maluf continua dizendo que jamais teve conta na Suíça, embora não viaje mais ao exterior como sempre fez, por suspeitar que a Interpol se oponha e faça com ele o mesmo que foi feito com José Maria Marin, por coincidência seu sucessor, por dez meses, no governo paulista ainda no tempo da ditadura militar.)

Contra os que deram mais bandeira foram abertos inquéritos que rolam no STF há muitos anos, sem chegarem aos finalmente. O senador Valdir Raupp, por exemplo, que já foi vice de Temer no PMDB, citado na Lava Jato, responde a um desvio de 167 milhões de dólares do Banco Mundial desde quando era governador de Rondônia (de 1995 a 1999).

O STF sempre foi e continua sendo um refúgio seguro, à prova de intempéries.

De repente, a Lava Jato nasceu. No governo Dilma. E a Lava Jato inovou ao enjaular grandes empresários que tinham negócios com a Petrobrás e ao lhes oferecer uma forma de sair da cadeia: a delação.

E ela não fez nada para barrá-la, por um motivo singelo: tinha certeza de que ela não estava no rolo. Se outros estavam – inclusive petistas – não importava para ela.

A turma do PMDB e seus aliados de partidos satélites enxergaram aí um perigo real. A Lava Jato, como diz o nome, era mais rápida e mais atuante que o STF. E eles não tinham nenhuma relação com os jovens procuradores.

Pela primeira vez em dezenas de anos as suas operações secretas e muito bem camufladas poderiam vir à tona, denunciadas por empresários que não tinham o STF para abrigá-los, com o que eles poderiam perder tudo, ou boa parte do que amealharam, e assim comprometer o seu presente e o futuro dos seus filhos e netos.

Alguma coisa precisava ser feita.

De onde surgiu a iniciativa de pôr fim a essa ameaça? Da fértil imaginação de Eduardo Cunha, por coincidência aquele que mais tinha a perder com a Lava Jato, como até os suíços demonstraram - com precisão suíça.

Por que governos anteriores não foram incomodados pela maioria que vive assaltando os cofres públicos apesar de Fernando Henrique e Lula terem cometido as mesmas "pedaladas" que ela? Porque não havia Lava Jato. Não era necessário inventar pretextos. Sob FHC e sob Lula essa maioria podia agir livremente como sempre agiu. À luz do dia.

Mas quando a Lava Jato chegou com tudo e Dilma não fez o menor esforço para freá-la, muito ao contrário, a estimulou, um plano foi colocado em ação, com duas etapas: primeiro derrubar Dilma, depois derrubar a Lava Jato. Por questão de sobrevivência, não de ideologia, embora, para confundir a opinião pública, que é, na maioria, conservadora, foi criada a narrativa de que era urgente exterminar a petista por ser uma perigosa agente comunista que desejava transformar o Brasil numa nova Venezuela.

A tese do "perigo externo" foi decisiva para convencer a classe média a ocupar a Avenida Paulista para derrotar os "vermelhos" a fim de pressionar a maioria parlamentar.

Inventou-se esse pretexto mequetrefe – pedaladas fiscais – que só deu certo porque qualquer coisa servia para afastar o "perigo vermelho" do Planalto e era do interesse da maioria parlamentar tirar Dilma a fórceps, o quanto antes. Antes que a Lava Jato chegasse neles.

Temer chegou ao poder afrontando os que achavam que ele queria derrubar a corrupção. Formou um ministério de suspeitos e quase réus e fechou o órgão – Controladoria Geral da União - que os fiscalizava. A frase que o marcou foi "eu sei tratar com bandidos", talvez se referindo ao período em que, à frente da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo teve que se ver frente a frente com o rei do jogo do bicho, Ivo Noal e com notórios contrabandistas, dando a entender que isso o qualificava para ser presidente da República.

Agora que Dilma está fora, o grupo majoritário trabalha sofregamente, noite e dia, para acabar definitivamente com ela e com a Lava Jato. Ou seja, age decididamente no intuito de obstruir a Justiça. Mas o STF não vê.

Não optou pelo caminho mais óbvio e também mais visível – trocar o chefe da Polícia Federal, por exemplo – para a obstrução não ficar na cara e assim seus líderes se arriscarem a serem presos, pois obstruir a Justiça dá cadeia na certa. (Roubar os cofres públicos, não.)

A estratégia, mais sutil, mais subterrânea – e ao mesmo tempo "legal" - foi explicitada claramente nos grampos do delator Sérgio Machado, nos quais os caciques do PMDB discutem, preocupados, de que forma podem manipular a maioria parlamentar para aprovar legislação que enfraqueça os efeitos da Lava Jato.

Em reação a esse ataque em curso, os procuradores da Lava Jato, unidos ao Procurador Geral da República travam uma batalha de vida ou morte com o governo Temer.

Não só derrubam seus ministros, na maioria com imensos telhados de vidro (ou de petróleo), como também aproximam a guilhotina do seu pescoço.

Além de contar com a maioria obtida por Cunha na Câmara e por Renan no Senado, sabe-se lá por meio de quais métodos obscuros, Temer também utiliza seus ministros nessa cruzada.

Há alguns dias seu principal colaborador, Eliseu Padilha (conhecido por Eliseu Quadrilha, talvez por ser adepto de festas juninas) afirmou claramente para empresários do Lide, instituição comandada por um dos brasileiros envolvidos no escândalo "Panamá Papers", João 'Dólar Jr'. que está na hora de acabar com a Lava Jato.

Uma coisa é certa. Temer vai tentar convencer a opinião pública de que o mal maior – o governo petista – foi afastado e que agora o país tem que sair da recessão e que a Lava Jato atrapalha a retomada do crescimento. E vai usar todos os meios legais e ilegais para alcançar seu objetivo. (Como orador, já se viu, não convence nem seu filho de sete anos.)

Na verdade, a Lava Jato atrapalha os seus movimentos e os de seu grupo na preservação e crescimento de suas fortunas.

Os procuradores da Lava Jato começam a perceber que a operação só vai sobreviver se Dilma voltar.

domingo, 19 de junho de 2016

Caíram as máscaras dos movimentos pró-impeachment




O impeachment da presidente do Brasil democraticamente eleita, Dilma Rousseff, foi inicialmente conduzido por grandes protestos de cidadãos que demandavam seu afastamento. Embora a mídia dominante do país glorificasse incessantemente (e incitasse) estes protestos de figurino verde-e-amarelo como um movimento orgânico de cidadania, surgiram, recentemente, evidências de que os líderes dos protestosforam secretamente pagos e financiados por partidos da oposição. Ainda assim, não há dúvidas de que milhões de brasileiros participaram nas marchas que reivindicavam a saída de Dilma, afirmando que eram motivados pela indignação com a presidente e com a corrupção de seu partido.

Mas desde o início, havia inúmeras razões para duvidar desta história e perceber que estes manifestantes, na verdade, não eram (em sua maioria) opositores da corrupção, mas simplesmente dedicados a retirar do poder o partido de centro-esquerda que ganhou quatro eleições consecutivas. Como reportado pelos meios de mídia internacionais, pesquisas mostraram que os manifestantes não eram representativos da sociedade brasileira mas, ao invés disso, eram desproporcionalmente brancos e ricos: em outras palavras, as mesmas pessoas que sempre odiaram e votaram contra o PT. Como dito pelo The Guardian, sobre o maior protesto no Rio: “a multidão era predominantemente branca, de classe média e predisposta a apoiar a oposição”. Certamente, muitos dos antigos apoiadores do PT se viraram contra Dilma – com boas razões – e o próprio PT tem estado, de fato, cheio de corrupção. Mas os protestos eram majoritariamente compostos pelos mesmos grupos que sempre se opuseram ao PT.

É esse o motivo pelo qual uma foto – de uma família rica e branca num protesto anti-Dilma seguida por sua babá de fim de semana negra, vestida com o uniforme branco que muitos ricos no Brasil fazem seus empregados usarem – se tornou viral: porque ela captura o que foram estes protestos. E enquanto esses manifestantes corretamente denunciavam os escândalos de corrupção no interior do PT – e há muitos deles – ignoravam amplamente os políticos de direita que se afogavam em escândalos muitos piores que as acusações contra Dilma.

Claramente, essas marchas não eram contra a corrupção, mas contra a democracia: conduzidas por pessoas cujas visões políticas são minoritárias e cujos políticos preferidos perdem quando as eleições determinam quem comanda o Brasil. E, como pretendido, o novo governo tenta agora impor uma agenda de austeridade e privatização que jamais seria ratificado se a população tivesse sua voz ouvida (a própria Dilma impôs medidas de austeridade depois de sua reeleição em 2014, após ter concorrido contra eles).

Depois das enormes notícias de ontem sobre o Brasil, as evidências de que estes protestos foram uma farsa são agora irrefutáveis. Um executivo do petróleo e ex-senador do partido conservador de oposição, o PSDB, Sérgio Machado, declarou em seu acordo de delação premiada que Michel Temer – presidente interino do Brasil que conspirou para remover Dilma – exigiu R$1,5 milhões em propinas para a campanha do candidato de seu partido à prefeitura de São Paulo (Temer nega a informação). Isso vem se somar a vários outros escândalos de corrupção nos quais Temer está envolvido, bem como sua inelegibilidade se candidatar a qualquer cargo (incluindo o que por ora ocupa) por 8 anos, imposta pelo TRE por conta de violações da lei sobre os gastos de campanha.

E tudo isso independentemente de como dois dos novos ministros de Temer foram forçados a renunciar depois que gravações revelaram que eles estavam conspirando para barrar a investigação na qual eram alvos, incluindo o que era seu ministro anticorrupção e outro – Romero Jucá, um de seus aliados mais próximos em Brasília – que agora foi acusado por Machado de receber milhões em subornos. Em suma, a pessoa cujas elites brasileiras – em nome da “anticorrupção” – instalaram para substituir a presidente democraticamente eleita está sufocando entre diversos e esmagadores escândalos de corrupção.

Mas os efeitos da notícia bombástica de ontem foram muito além de Temer, envolvendo inúmeros outros políticos que estiveram liderando a luta pelo impeachment contra Dilma. Talvez o mais significante seja Aécio Neves, o candidato de centro-direita do PSDB derrotado por Dilma em 2014 e quem, como Senador, é um dos líderes entre os defensores do impeachment. Machado alegou que Aécio – que também já havia estado envolvido em escândalos de corrupção –recebeu e controlou R$ 1 milhão em doações ilegais de campanha. Descrever Aécio como figura central para a visão política dos manifestantes é subestimar sua importância. Por cerca de um ano, eles popularizaram a frase “Não é minha culpa: eu votei no Aécio”; chegaram a fazer camisetas e adesivos que orgulhosamente proclamavam isso:



Evidências de corrupção generalizada entre a classe política brasileira – não só no PT mas muito além dele – continuam a surgir, agora envolvendo aqueles que antidemocraticamente tomaram o poder em nome do combate a ela. Mas desde o impeachment de Dilma, o movimento de protestos desapareceu. Por alguma razão, o pessoal do “Vem Pra Rua” não está mais nas ruas exigindo o impeachment de Temer, ou a remoção de Aécio, ou a prisão de Jucá. Porque será? Para onde eles foram?

Podemos procurar, em vão, em seu website e sua página no Facebook por qualquer denúncia, ou ainda organização de protestos, voltados para a profunda e generalizada corrupção do governo “interino” ou qualquer dos inúmeros políticos que não sejam da esquerda. Eles ainda estão promovendo o que esperam que seja uma marcha massiva no dia 31 de julho, mas que é focada no impeachment de Dilma, e não no de Temer ou de qualquer líder da oposição cuja profunda corrupção já tenha sido provada. Sua suposta indignação com a corrupção parece começar – e terminar – com a Dilma e o PT.

Neste sentido, esse movimento é de fato representativo do próprio impeachment: usou a corrupção como pretexto para os fins antidemocráticos que logrou atingir. Para além de outras questões, qualquer processo que resulte no empoderamento de alguém como Michel Temer, Romero Jucá e Aécio Neves tem muitos objetivos: a luta contra a corrupção nunca foi um deles.

sábado, 18 de junho de 2016

Janot diz que há indícios de que Mendonça Filho (DEM-PE) tenha recebido propina

Os indícios surgiram do celular do ex-diretor financeiro da construtora UTC Walmir Pinheiro
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que "foram encontrados indícios de possível recebimento de propina" pelo ministro da Educação Mendonça Filho (DEM-PE).
Mendonça teria recebido R$ 100 mil em vantagem indevida, disfarçada de doação eleitoral na campanha de 2014. Os elementos teriam surgido do celular de Walmir Pinheiro, ex-diretor financeiro da construtora UTC, uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato.
Também foram encontrados uma folha impressa identificando o partido Democratas e dados bancários de uma conta para doações, além de um manuscrito de R$ 100 mil e do nome do deputado Mendonça Filho e do registro impresso do tesoureiro do partido, Romero Azevedo.
"Curioso observar que na prestação de contas oficiai da campanha do deputado Mendonça Filho, há o registro de doação de exatos R$ 100 mil pelas empresas Construtora Odebrecht e Queiroz Galvão, cada. Ainda a UTC Engenaria efetuou doação de R$ 100 mil ao Diretório Nacional do DEM no dia 5 de setembro de 2014 e outra quantia de igual valor em 5 de agosto de 2014", escreveu Janot.
"Assim, por estarmos diante de elementos indiciários de possível pagamento de propina para a campanha do citado parlamentar federal, certa e a competência dessa STF para a análise e processamento de eventual investigação criminal a respeito", completou.
A afirmação de Janot foi feita ao STF em manifestação no dia 26 de janeiro. O documento era sigiloso e se tornou público nesta sexta (17). Não há detalhes sobre o desdobramento do caso, se foi aberto um inquérito.
Esse é o quarto ministro do governo Temer envolvido em suspeitas de irregularidades a partir dos desdobramentos da Lava Jato. Três deixaram o governo: Henrique Alves (Turismo), Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência).
OUTRO LADO
A reportagem procurou a assessoria do ministro da Educação e não obteve resposta até as 20h30 desta sexta. 

Com informações da Folhapress

Marcos Valério propõe delação premiada no processo do mensalão tucano

O publicitário Marcos Valério propôs um acordo de delação premiada para o Ministério Público de Minas Gerais sobre os casos de corrupção que ficaram conhecidos como o “mensalão tucano” ou “mensalão mineiro”, que envolve um esquema para beneficiar a campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas Gerais em 1998.Para fazer a delação premiada, o publicitário pediu para ser transferido para o presídio da Associação de Proteção aos Condenados (Apac), em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. Desde 2013, Marcos Valério cumpre pena na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, também na região metropolitana da capital mineira. Antes, ele ficou um período no Presídio da Papuda, no Distrito Federal.O mensalão mineiro envolve denúncias de peculato e lavagem de dinheiro durante a campanha à reeleição do então governador mineiro Eduardo Azeredo em 1998. Um dos fundadores do PSDB e ex-presidente da legenda, Azeredo já foi condenado em primeira instância à pena de 20 anos e 10 meses de prisão. Ele entrou com recurso no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e aguarda o julgamento em liberdade.Atualmente, Marcos Valério cumpre pena de 37 anos pelos crimes julgados na Ação Penal 470, o processo conhecido como mensalão, no qual foram condenados políticos do PT, PMDB, PP, PTB e do extinto PL. Valério foi preso pelos crimes de corrupção ativa, peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.Assim como na Ação Penal 470, Marcos Valério é réu no processo do mensalão mineiro porque teria atuado como operador deste esquema. Com a delação, o publicitário espera conseguir, além da transferência de unidade prisional, redução da pena neste processo.O Ministério Público de Minas Gerais informa que a proposta foi recebida e ainda será analisada. O advogado Jean Robert Kobayashi Júnior, responsável pelo pedido de Marcos Valério, disse em entrevista para o jornal Folha de S.Paulo que não divulgou os detalhes do que foi divulgado de antemão no pedido “para não estragar o acordo”, mas que seu cliente “tem muitos fatos novos a relatar”. “Temos muitos fatos novos a relatar e o que posso dizer é que a delação dele será bem aproveitada”, disse Kobayashi.*Com informações da Agência Brasil

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Prova final: PMDB e PSDB fizeram pacto pelo golpe para barrar lava-jato

247 – O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse à Procuradoria-geral da República que políticos do PMDB e do PSDB articularam o “Pacto Caxias”, pró-governo Temer, para barrar a Lava Jato.Eles se referiam a Duque de Caxias, patrono do Exército conhecido como Pacificador, por ter acabado com a instabilidade política com as revoltas regionais durante o Império.Segundo ele, próprio senador Romero Jucá – que caiu do Ministério do Planejamento após sugerir em áudio o impeachment de Dilma Rousseff para “estancar” a Lava Jato – teria lhe confidenciado “sobre tratativas com o PSDB nesse sentido facilitadas pelo receio de todos os políticos com as implicações da Operação Lava Jato”.O PSDB possui três ministérios no governo interino, incluindo o da Justiça, responsável, dentre outros, pela Polícia Federal.Ele ainda relata que o presidente do Senado, Renan Calheiros, deixou claro que seria a “esperança única” do PSDB para tomar as medidas que podem impedir os avanços da operação.“Quando Renan Calheiros diz (na conversa gravada) que ‘eu sou a esperança única que eles têm de alguém para fazer alguma coisa’, ‘eles’ refere-se especificamente ao PSDB, embora o temor dos políticos da Operação Lava Jato seja generalizado; que ‘fazer alguma coisa’ refere-se a um pacto de medidas legislativas para paralisar a Operação Lava Jato, que incluía proibir colaboração premiada de réu preso, proibir a execução provisória de sentença penal condenatória e modificar a legislação dos acordos de leniência”, relatou, segundo reportagem de Fausto Macedo e Mateus Coutinho (leia aqui).

Delação da Odebrecht terá Temer, 13 governadores e 100 parlamentares



A resposta “veemente” que o presidente interino Michel Temer deu hoje sobre a delação de Sergio Machado, de que teria pedido recursos ilícitos no valor de R$ 1,5 milhão para a campanha de Gabriel Chalita, não deve ser a última sobre seu eventual envolvimento com o esquema investigado pela Lava Jato. No acordo preliminar para sacramentar a delação premiada da construtora Odebrecht, um dos executivos promete falar sobre uma doação de R$ 50 milhões para o PMDB, que teria tido a intermediação de caciques do partido, inclusive de Temer. Os termos preliminares de uma delação podem acabar não figurando nos depoimentos oficiais, que ainda não foram tomados, mas esta revelação, segundo fontes do Ministério Público, aparece no termo preliminar.


Este esboço que vem sendo negociado incluiria a participação de quase 50 executivos da empresa que tiveram, em diferentes momentos, participação no esquema de “financiamento ilícito e ilegal” de atividades político-partidárias, conforme definição da própria Odebrecht em sua nota de março, quando anunciou uma “colaboração definitiva” com a Lava Jato.

A delação que assombra o mundo político deve implicar vários partidos, como PMDB, PSDB, PT, PP, DEM e outros, 13 governadores (ou ex-governadores) e cerca de 100 parlamentares que teriam recebido recursos ilícitos, derivados do fechamento de contratos com a Petrobrás e outras estatais, sob a forma de doações . Algumas declaradas oficialmente, outras por debaixo do pano, o popular caixa dois.

O detalhamento dos R$ 50 milhões destinados ao PMDB não deixaria pedra sobre pedra na cúpula do partido que hoje comanda o governo.

Temer, pessoalmente, é alvo de outras duas citações na Lava Jato que vêm sendo deixadas no esquecimento. Uma aparece na transcrição de conversa por rede eletrônica entre Léo Pinheiro, da OAS, e Eduardo Cunha, que reclama de um pagamento de R$ 5 milhões a Temer, sem retirar a parcela de outros peemedebistas. Pinheiro então diz que explicará melhor depois, mas esclarece que se trata de recursos relacionados com outra coisa, a concessão do aeroporto de Guarulhos à OAS.

A informação sobre o suposto pagamento a Temer aparece na manifestação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, ao fundamentar a autorização para a Operação Catilinárias, em dezembro passado. Eis um trecho do pedido do procurador-geral Rodrigo Janot, transcrito por Teori ao autorizar a operação: “Eduardo Cunha cobrou Léo Pinheiro por ter pago, de uma vez, para Michel Temer, a quantia de R$ 5 milhões, tendo adiado os compromissos com a 'turma'.” Na época, Temer explicou tratar-se de uma doação legal de R$ 5 milhões da OAS ao PMDB . A Folha de São Paulo tratou do assunto na matéria que pode ser acessada pelo seguinte link.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/12/1721131-em-mensagem-cunha-cita-repasse-de-r-5-milhoes-a-michel-temer.shtml

Voltou ao assunto este ano nesta outra matéria:

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/06/1778572-ministro-do-turismo-recebeu-recurso-do-petrolao-diz-janot.shtml

Em 23 de abril deste ano a Folha publicou o editorial “Sombra sobre Temer”, que aborda outra citação ao hoje presidente interino, esta feita pelo executivo da construtora Engevix, José Antônio Sobrinho. Ele declara ter sido pressionado a pagar um milhão de reais para a campanha de Temer em 2014. “Não se trata do único caso. A própria delação premiada de Delcídio do Amaral (sem partido-MS), ex-líder do governo no Senado –documento importante na constituição de todo o clima favorável ao impeachment de Dilma–, menciona o vice-presidente como padrinho na indicação de diretores da Petrobras hoje acusados de corrupção”, diz um trecho do editorial que pode ser lido aqui:http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2016/04/1763960-sombras-sobre-temer.shtml

Estes dois assuntos, entretanto, sumiram do noticiário. Mas na Lava Jato, tudo um dia volta a circular.

Vídeo: Delator descreve ‘salinha’ onde se reuniu com o Temer

Em depoimento gravado na Procuradoria, ex-presidente da Transpetro disse que levantou R$ 1,5 milhão em propinas, com conhecimento do presidente em exercício, para destinar ao comitê do peemedebista em 2012

No depoimento gravado em áudio e vídeo à Procuradoria-Geral da República, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, delator bomba da Lava Jato, relatou detalhes do encontro que afirma ter tido, em setembro de 2012, com o hoje presidente em exercício Michel Temer (PMDB), na Base Aérea de Brasília. O delator afirma que pagou R$ 1,5 milhão, em propina, para a campanha de Gabriel Chalita, candidato apoiado por Temer à Prefeitura de São Paulo, naquele ano.

O Relato de Sérgio Machado sobre o encontro com Michel Temer



Machado contou que o senador Valdir Raupp (PMDB-RR), também em 2012, o procurou ‘dizendo que o candidato (Chalita) do vice-presidente Michel Temer estava em dificuldades financeiras’. Raupp perguntou a Machado, então presidente da Transpetro, se ele poderia ajudar.

“Eu liguei pro vice Michel Temer e marquei com ele no aeroporto militar de Brasília, na sala vizinha à sala da Presidência. Em setembro, num início de noite”, relatou.

“Ele chegando lá, conversei com ele. Ele falou da dificuldade que estava tendo acerca da campanha do Chalita. Eu disse que podia ajudá-lo em R$ 1,5 milhão, mas que depois eu informaria a ele a empresa. Telefonei depois a ele depois, informando que essa doação seria feita pelo Diretório Nacional através da empresa Queiroz Galvão.”

O delator foi questionado pelos procuradores da força-tarefa da Lava Jato sobre o local onde teria se encontrado com Michel Temer.

“Nós chegamos lá e fomos para uma salinha pequena onde conversamos durante 15 a 20 minutos. Você tem a sala de Presidência do lado, você tem outra sala onde embarcam as autoridades. Nessa sala onde embarcam autoridades tem uma salinha, onde eu fiquei lá com ele”, disse.

Um dia após ter o nome citado pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o presidente em exercício, Michel Temer, convocou de última hora uma declaração à imprensa para contestar as informações do delator. Temer chamou a manifestação de Machado de “irresponsável, leviana, mentirosa e criminosa”. “Não deixarei passar em branco essas acusações levianas”, afirmou.


Machado enfrenta Temer e reafirma delação


O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado reiterou nesta quinta-feira (16), por meio de nota, que o presidente em exercício Michel Temer pediu a ele, em 2012, ajuda para a campanha do então candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, atualmente no PDT. O relato foi feito por Machado em delação premiada.

A nota desta quinta foi uma resposta ao pronunciamento feito por Temer pela manhã, no Palácio do Planalto. O presidente interino classificou de “irresponsável, leviana, mentirosa e criminosa” a delação de Machado.
Sobre o pronunciamento feito hoje pelo Presidente Interino Michel Temer, reafirmo que:

1) Quando se faz acordo de colaboração assume-se o compromisso de falar a verdade e não se pode omitir nenhum fato; falo aqui sob esse compromisso;

2) Em setembro 2012 fui procurado pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO), presidente em exercício do partido, com uma demanda do então vice-presidente da República, Michel Temer: um pedido de ajuda para o candidato do PMDB a prefeito de São Paulo, Gabriel Chalita, porque a campanha estava em dificuldades financeiras;

3) Naquele mesmo mês, estive na Base Aérea de Brasília com Michel Temer, que embarcava para São Paulo. Nos reunimos numa sala reservada;

4) Na conversa, o vice-presidente Michel Temer solicitou doação para a campanha eleitoral de Chalita;

5) O vice-presidente e todos os políticos citados sabiam que a solicitação seria repassada a um fornecedor da TRANSPETRO, através de minha influência direta. Não fosse isso, ele teria procurado diretamente a empresa doadora;

6) Após esta conversa mantive contato com a empresa Queiroz Galvão, que tinha contratos com a TRANSPETRO, e viabilizei uma doação de R$ 1,5 milhão feita ao diretório nacional do PMDB; o diretório repassou os recursos diretamente à campanha de Chalita. A doação oficial pode ser facilmente comprovada por meio da prestação de contas da campanha do PMDB;

7) É fato que nunca estive com Chalita;

Sérgio Machado



Temer pode aparecer também em delação da Odebrecht, diz colunista


Depois da citação a Michel Temer na delação de Sérgio Machado, cresce nos meios jurídicos envolvidos na negociação da delação premiada da Odebrecht a discussão sobre a forma com que o presidente interino aparecerá nas informações que a empresa prestará à Justiça.

Bons amigos

A empreiteira deu recursos ao PMDB na campanha de 2014, quando Temer era candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff. O PT teria participado da negociação para a destinação de dinheiro ao partido do vice.

Soma

Os valores destinados ao partido, de acordo com pessoa familiarizada com a delação, poderiam chegar a R$ 50 milhões

No DCM

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Delatado por Machado, Temer cancela fala à Nação

247 – O governo interino classificou a denúncia de que Michel Temer, teria pedido doação de recursos ilícitos para a campanha a prefeito de São Paulo de Gabriel Chalita em 2012 como "muito ruim para a governabilidade".

A divulgação do conteúdo da delação de Sérgio Machado já atrapalha os planos do presidente interino. Temer foi aconselhado a cancelar o pronunciamento à nação em cadeia de televisão e rádio, previsto para esta sexta-feira, com receio de panelaços.

No final da tarde desta quarta-feira, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência se viu forçada a distribuir uma nota oficial, dizendo ser "absolutamente inverídica a versão de que [Temer] teria solicitado recursos ilícitos ao ex-presidente da Transpetro".

Machado foi preciso em suas acusações e diz que conversou com Temer na Base Aérea de Brasília, provavelmente em setembro de 2012, para acertar uma doação de R$ 1,5 milhão.

Leia aqui reportagem de Gustavo Uribe sobre o assunto.



Confira, os votos "sim" para o golpe de Dilma e "não" para a cassação de Cunha

Em TV americana, Wagner Moura denuncia golpe no Brasil

Revista Fórum - O ator Wagner Moura esteve no talkshow de Chelsea Handler para divulgar a segunda temporada da série Narcos, da Netflix. Na atração, Arianna Huffington afirmou que os editores da sucursal brasileira de seu site – o Huffington Post – sempre falavam bem dele. O artista, então, devolveu o elogio. “Eu acho que vocês estão fazendo um ótimo trabalho por lá, especialmente agora, já que a cobertura que a imprensa está fazendo sobre o que acontece é muito limitada”, disse

Wagner ainda elogiou o jornalista americano Glenn Greenwald, do site The Intercept, ressaltando que ele faz um “trabalho sensacional sobre o que está acontecendo”. Na conversa, o ator se referia ao conturbado momento político do Brasil e, em especial, ao processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Apesar de não ter votado na petista, ele classificou a situação como “algo muito próximo a um golpe de Estado”. “Afastaram [Dilma] sem nenhuma razão. Democraticamente, é uma grande ruptura”, criticou.





sexta-feira, 10 de junho de 2016

Confira locais dos atos contra o golpe marcados para esta sexta

A Frente Brasil Popular, o Povo Sem Medo e a Mobilização Nacional de Esquerda organizaram o dia nacional de mobilização: Fora Temer! “Com menos de um mês da aplicação do golpe, a conta já chegou aos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. O presidente ilegítimo e golpista, Michel Temer, não esconde o que estava por trás do afastamento ilegal da presidenta Dilma Rousseff: Reforma da previdência, com arrocho nos direitos dos trabalhadores, desvinculação do orçamento da educação e saúde, suspensão de programas sociais como Minha Casa, Minha Vida, FIES, PROUNI e PRONATEC, criminalização e perseguição dos movimentos sociais.”, diz a convocatória do evento. 

Confira a Agenda

A presidenta Dilma Rousseff defendeu ontem (9), em entrevista especial concedida à TV Brasil, uma consulta popular assim que voltar a presidir.

A presidenta afastada Dilma Rousseff defendeu hoje (9), em entrevista especial concedida à TV Brasil, uma consulta popular caso o Senado não decida pelo seu impedimento. Ao apresentador Luís Nassif, Dilma disse que é a população que tem que dizer se quer a continuidade de seu governo ou a realização de novas eleições. “O pacto que vinha desde a Constituição de 1988 foi rompido e não acredito que se recomponha esse pacto dentro de gabinete. Acredito que a população seja consultada”, disse.
Para ela, o país não conseguirá superar a crise com o governo interino. Dilma acredita que o povo não terá confiança no comando de Temer pelo fato de ele não ter passado pelo crivo das urnas. “Como você acha que alguém vai acreditar que os contratos serão mantidos se o maior contrato do país, que são as eleições, foi rompido?", indagou. “Não acho possível fazer pacto nenhum com o governo Temer em exercício”, completou.
Dilma criticou uma vez mais a admissibilidade do processo de afastamento usando como o argumento o fato de que, embora a Constituição preveja o impeachment, ela também estipula que é preciso haver crime para que se categorize o impedimento. “Não é possível dar um jeitinho e forçar um pouquinho e tornar esse artigo elástico e qualificar como crime aquilo que não é crime. Os presidentes que me antecederam fizeram mais decretos do que eu. O senhor Fernando Henrique [Cardoso] fez entre 23 e 30 decretos do mesmo tipo”, disse, referindo-se aos decretos de suplementação orçamentária que embasaram o pedido de impeachment feito pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Pascoal.
“Não é o meu mandato, mas as consequências que tem sobre a democracia brasileira tirar um mandato. Isso não afeta só a Presidência da República, afeta todos os Poderes”, disse ela.
Dilma disse que reivindica voltar ao posto por compreender que não cometeu crime. Ela criticou os que defendem um semiparlamentarismo, ou eleição indireta, por considerar que isso traria um grande risco ao país. A presidenta afastada defendeu que haja uma reforma política que discuta o tema. "Não temos que acabar com o presidencialismo, temos que criar as condições pela reforma política".
Nesse contexto, ela defendeu novamente a consulta popular. “Só a consulta popular para lavar e enxaguar essa lambança que está sendo o governo Temer”. Segundo ela, nos momentos de crise pelo qual o Brasil passou, na história da democracia recente, foi com o presidencialismo que o país superou as crises. "Foi sempre através do presidencialismo que o país conseguiu dar passos em direção à modernidade e à inclusão".
Eduardo Cunha
Para Dilma, no final do seu primeiro mandato, começou a se desenhar, especialmente na Câmara dos Deputados, um movimento político “do centro para a direita”, com o surgimento de pautas conservadoras, processo, segundo ela, comandado pelo então líder do PMDB e hoje presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (RJ). “Ele é o líder da direita no centro. O processo culmina na eleição dele”, disse.
Com a ascensão de Cunha à presidência da Câmara, a interlocução do governo com o Casa ficou inviabilizada, de acordo com ela, porque o peemedebista tem “pauta própria”. “O grande problema de compor com o Eduardo Cunha é que ele tem pauta própria. No momento em que o centro passa ter pauta própria, uma pauta conservadora, a negociação fica difícil”. Dilma voltou a defender a tese de que o peemedebista acatou a denúncia dos advogados contra ela em retaliação ao fato de o PT não ter se comprometido a votar, no Conselho de Ética, contra a abertura do processo de cassação do mandato de Cunha.
"Atribui-se a mim não querer conversar com parlamentares. Agora, não tem negociação com certo tipo de práticas. Quando começa o aumento da investigação que a Procuradoria-Geral da República faz sobre ele [Cunha], qual a reação dele? Ou você me dá três votos ou eu aceito a questão do impeachment. E a imprensa relata. Trata-se de uma chantagem explícita.”
Política externa
A presidenta afastada também criticou as ações tomadas pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra, em relação a alguns países vizinhos. Ela defendeu a aproximação do Brasil com países da região e com a África, iniciada no governo Lula e mantida na sua gestão. "Fomos capazes de refazer nossas relações com a América Latina e com a África. Ter uma visão de fechar embaixada é ter uma visão minúscula da política externa".
Lava Jato
Perguntada sobre a Operação Lava Jato e os casos de corrupção deflagrados no país recentemente com a ação da Polícia Federal e do Ministério Público, Dilma que disse que o grande problema da corrupção é o controle privado que se faz das verbas do Estado. “Não se pode fazer a escandalização de investigações sobre o crime de corrupção. O que tem que se fazer é, doa a quem doer, investigar e punir. Quando for as empresas é aplicar multas. Há uma hipocrisia imensa em relação a essa questão das investigações”.
Celso Kamura
Sobre as denúncias de que teve despesas com cabeleireiro pagas com dinheiro de propina, Dilma disse ter comprovantes de todas gastos que teve com o cabeleireiro Celso Kamura e a cabeleireira particular que a acompanha até hoje.
Dilma contou que conheceu Kamura após o fim do tratamento a que se submeteu para combater um linfoma, em 2009, por meio da empresa responsável por sua campanha à presidência. Kamura, segundo ela, a ajudou na fase em que seus cabelos voltaram a crescer. Para ela, esse tipo de acusação é uma tentativa intimidá-la. "Eles não vão me calar porque vão falar do meu cabelo. A sorte é que tenho todos os comprovantes do pagamento, de transporte dele [Kamura] e da minha cabeleireira particular. Também disseram que comprei um teleprompter. Já viu alguém ter um teleprompter pessoal? Para que eu quero um teleprompter? Essa eu achei fantástica", ironizou, referindo-se ao aparelho usado pelas TVs que mostra o texto a ser falado por apresentadores de telejornais e programas jornalísticos.
Íntegra
O vídeo com a entrevista da presidenta Dilma Rousseff pode ser vista no seguinte linkhttp://bit.ly/DilmaTVBr.



STF dá cinco dias para Cunha entregar defesa prévia em ação penal

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki concedeu prazo de cinco dias para que o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apresente defesa prévia na ação penal a que ele responde no tribunal.
De acordo com a decisão, assinada na terça-feira (7), o interrogatório de Cunha será feito ao fim da tramitação da ação penal, que ainda não tem previsão ocorrer.Em março, a maioria dos ministros da Corte, seguindo o voto de Teori Zavascki, entendeu que há indícios de que Cunha recebeu US$ 5 milhões de propina por um contrato de navios-sondas da Petrobras e determinou abertura de ação penal.
Em maio, o Supremo referendou liminar proferida pelo ministro e concordou que Cunha não tem condições de ocupar o cargo de presidente da Câmara. Segundo o relator, o parlamentar atua com desvio de finalidade para promover interesses espúrios.Durante o julgamento, Zavascki citou casos envolvendo a CPI da Petrobras e o processo a que Cunha responde no Conselho de Ética da Câmara, nos quais o deputado é acusado de usar requerimentos apresentados por aliados para se beneficiar.
No dia 2 de junho, o Supremo negou recurso do presidente afastado contra abertura de ação penal na qual ele passou à condição de réu nas investigações da Operação Lava Jato.
No recurso, os advogados de Cunha afirmaram que há no texto final do julgamento “obscuridade, dúvida e contradição” e pediram que a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) fosse integralmente rejeitada.

Bebê morre após cair no chão durante o parto

Patrícia dos Santos Silva, 29 anos, que estava grávida de oito meses, viu o filho morrer, nesta quinta-feira, 9, após procurar por vagas em hospitais de Feira de Santana, a 109 km de Salvador. De acordo com Sílvio Sena Souza, marido de Patrícia, após tentar atendimento nove vezes no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) e também no Hospital da Mulher. Eles estavam no posto do bairro Limoeiro, quando ela começou a parir. O filho deles caiu no chão, bateu a cabeça e morreu. 
"Saímos do Clériston as 3h da manhã sem atendimento. Eles falaram que minha esposa não estava na hora de ter a criança. Ela estava com oito meses, mas a gravidez dela era de risco e ela necessitava fazer um parto cesariano. Tenho todos os documentos para provar. A médica disse que não ia atender, depois fui para o Hospital da Mulher, mas também não atenderam", disse, Silvio ao site Acorda Cidade.
Silvio afirma que bebê caiu no chão (Foto: Ed Santos | Acorda Cidade)
De acordo com o marido de Patrícia, no Hospital da Mulher os médicos informaram que não iam atender porque Patrícia tinha uma gravidez de risco e precisaria de unidade com atendimento de alto risco, e lá em Feira, só o (HGCA) poderia atendê-la. Já no Clériston Andrade os médicos teriam informado que não iam fazer o procedimento, pois não tinham leito para a criança.
Sílvio informou ainda que diante das negativas de atendimento eles voltaram para o posto de saúde do bairro Limoeiro, onde moram e Patrícia fez todo o pré-natal. Ele afirma que chegou ao local as 8h e uma médica que estava de plantão tentou contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para solicitar uma ambulância, mas até por volta de 11h não havia conseguido.
"Às 11h a médica ainda tentava solicitar a ambulância. A minha esposa levantou, pois estava sentindo muitas dores, a criança caiu no chão, bateu a cabeça e morreu aos meus pés e da minha esposa. Fiquei desesperado", relatou.
Patrícia dos Santos Silva está internada no Hospital Clériston Andrade em estado estável.
Por meio de nota, o Hospital da Mulher informou que Patrícia foi avaliada na quarta-feira, 8,  e não estava em trabalho de parto. E que foi encaminhada para unidade de alto risco pela necessidade de realização de procedimento de retirada de líquido amniótico (amniocentese) com o objetivo de diminuir tal desconforto.
A reportagem tentou contato com a Secretaria Municipal de Saúde e o HGCA e não obteve sucesso.

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