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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Delação diz que Dilma descobriu e cortou propina da Odebrecht, isso levou ao Impeachment


Plantão Brasil - Na noite de ontem, uma nova delação premiada da Odebrecht atingiu Michel Temer. Ela foi feita pelo executivo Márcio Faria, ex-vice-presidente da empreiteira, que relatou um encontro no escritório de Michel Temer, em São Paulo, com Eduardo Cunha e o lobista João Augusto Henriques, às vésperas da eleição presidencial de 2010.

No encontro, segundo o delator, teria ficado acertado que a Odebrecht faria doações ao PMDB, tendo como contrapartida contratos na área internacional da Petrobras, que era comandada pelo partido. Ou seja: a doação era propina (leia mais aqui).

Sem ter como negar o encontro, Temer o confirmou, mas disse que, se alguém pediu dinheiro, foi Cunha, não ele. E o contrato em questão dizia respeito à manutenção de plataformas da Petrobras no exterior pelo PMDB.

Pois bem: em 2013, após uma auditoria interna, a gestão da ex-presidente Graça Foster na Petrobras cortou em 43% o valor do contrato com a Odebrecht, que caiu de US$ 840 milhões para US$ 480 milhões, numa decisão que revoltou o PMDB, o então vice-presidente Michel Temer e seus principais aliados.

É mais um indício de que o golpe parlamentar de 2016 foi uma reação de forças corruptas da política brasileira contra a presidente honesta.

Abaixo, reportagem publicada à época pelo Estado de S. Paulo:
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,petrobras-corta-em-43-contrato-de-us-840-milhoes-com-a-odebrecht-imp-,1038200
(3 de junho de 2013, dez dias antes do início das manifestações contra Dilma)

Petrobrás corta em 43% contrato de US$ 840 milhões com a Odebrecht

Uma auditoria interna da Petrobrás contestou contrato da petroleira com o grupo Odebrecht em torno de US$ 840 milhões para serviços em dez países. Depois de análise do órgão interno, que atua com independência, o montante a ser pago foi reduzido em 43% do valor original, a cerca de US$ 480 milhões.

O acordo inclui trabalhos de manutenção na refinaria de Pasadena, no Texas (Estados Unidos), onde a Petrobrás é investigada por ter firmado um contrato com falhas e comprado a unidade por preço acima do de mercado, como revelou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, em julho do ano passado (leia texto ao lado).

O contrato foi tema de pauta em reunião de conselho de administração da companhia realizada há pouco mais de dois meses. A presidente Graça Foster fez questão de relatar o caso aos outros nove administradores da estatal, no conselho presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Em seu relato ao conselho, Graça Foster não comentou que estavam incluídos no contrato trabalhos na refinaria de Pasadena. O serviço foi contratado durante a gestão de seu antecessor, José Sérgio Gabrielli.

Destino. Apenas US$ 400 milhões foram inicialmente destinados para a Odebrecht. Restaram em torno de US$ 80 milhões a serem pagos pela Petrobrás. Graça disse na reunião que o montante só seria desembolsado caso empresas locais oferecessem preços mais altos pelos trabalhos acordados inicialmente com a Odebrecht. Todos os valores são aproximados.

O acordo foi feito com Odebrecht Engenharia Industrial, braço da construtora responsável por obras industriais da empresa no Brasil e no exterior, em áreas como petróleo, mineração, petroquímica e metalurgia.

A empresa é responsável pelo contrato de prestação de serviços para a área de Negócios Internacionais da Petrobrás, dentro do plano de ação de certificação em segurança, meio ambiente e saúde, denominado Projeto PAC SMS.

O contrato guarda-chuva contempla vários países e, em 2011, foi ampliado para incluir serviços específicos em Pasadena.

Sem comentários. Procurada, a Odebrecht não quis comentar. A Petrobrás também não se manifestou oficialmente. A petroleira não informou o motivo da redução dos valores, nem por que o contrato foi revisto. Tampouco detalhou os serviços e países envolvidos.

Mas o Broadcast apurou que o contrato revisto do Projeto PAC SMS inclui, além dos Estados Unidos, nove países que têm refinarias e estações de serviços da Petrobrás. São eles Argentina, Japão, Colômbia, Paraguai, Uruguai, Chile, Equador, Bolívia e Brasil. Segundo uma fonte, o acordo foi reduzido quase à metade por ter sido considerado caro demais para os serviços oferecidos.

As obras são conduzidas em parceria com a Foz do Brasil, uma empresa do grupo Odebrecht para projetos ambientais. Conta com 26,53% de participação acionária do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).

O contrato suplementar para Pasadena foi firmado para recuperação, construção, montagem e elaboração de estudos e diagnósticos das áreas de SMS. Também inclui colocação de equipamentos e realização de serviços para contingência e combate a incêndios.


Luiz Fux e Gilmar Mendes batem boca no TSE

Desesperado, Temer jantou com dono da Globo e pediu apoio para não cair. Em troca, ofereceu empréstimos

O presidente Michel Temer jantou com o herdeiro da rede Globo, João Roberto Marinho, na noite da última quarta-feira.

No encontro, Michel Temer apontou a Marinho o que considera "fora do tom" no noticiário da Globo, que é a principal avalista do golpe parlamentar de 2016.

Informações são do Drive, do jornalista Fernando Rodrigues.


Dilma fala sobre Aécio


quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Moro é denunciado no CNJ por vazamentos, pode ser afastado e até preso

O juiz federal Sergio Moro foi denunciado pela defesa do ex-presidente Lula ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por um vazamento que ocorreu a partir da 13ª Vara Federal, em Curitiba, de processo por danos morais movido contra um delegado da Lava Jato, em caráter sigiloso. A denúncia acompanha a foto em que Moro aparece demonstrando afinidade com o senador Aécio Neves (PSDB) e outras condutas que, na visão dos advogados Roberto Teixeira e Cristiano Zanin, configuram violações ao Código de Ética da Magistratura.

Segundo a representação ao CNJ, Moro cometeu duas infrações nesse caso: primeiro, usou um despacho para emitir opinião e fazer juízo de valor contra a defesa de Lula. Depois, teria vazado ou deixado vazar esse documento relacionado ao processo sigiloso para o Estadão.

O jornal publicou uma matéria destacando a opinião do magistrado, que achou "lamentável" que Lula processe o delegado Filipe Pace. Prontamente, a grande mídia e diversos portais independentes reproduziram a notícia na qual Moro incita a "opinião pública" a acreditar que Lula partiu para cima da Polícia Federal como um todo.

A Advocacia Geral da União vai defender o delegado Pace da ação por danos morais, que é da ordem de R$ 100 mil. O oficial da PF é acusado de tentar difamar o ex-presidente Lula fazendo exatamente o que Moro fez: usado um despacho para emitir opinião sobre um assunto que não é de sua alçada. No caso, Pace disse que Lula estava na lista da Odebrecht.

"As condutas expostas configuram, em tese, desvio funcional porque colidem com disposições da Lei Orgânica da Magistratura, do Código de Ética da Magistratura Nacional (...) dentre outros atos normativos", diz a defesa de Lula.

"Além disso, o despacho em tela foi proferido em processo que tramita em segredo de justiça e, a despeito disso, menos de uma hora depois foi divulgado por jornalista de O Estado de S.Paulo que habitualmente divulga, com primazia, informações sobre processos que tramitam na 13ª. Vara Federal Criminal de Curitiba — estando hoje noticiada em todos os veículos de comunicação social."

Em outra passagem, a defesa alega que o despacho de Moro "foi exarado às 18h08min e cerca de uma hora depois já estava em destaque, por exemplo, no blog do jornalista Fausto Macedo, do Estadão, que costumeiramente consegue antecipar, em primeira mão, assuntos relativos à 13ª. Vara Federal Criminal de Curitiba."

Além do vazamento seletivo ao Estadão, a defesa de Lula listou outras condutas de Moro para manter sua influência na mídia em meio a sua "cruzada" contra Lula. Os advogados destacaram, por exemplo, que o juiz recorrentemente tem ido a eventos de adversários políticos de Lula e o PT, embora diga que não tem tempo para receber outros processos que não tenham a ver com a Lava Jato. 

Para a defesa de Lula, Moro deveria seguir o Código de Ética da Magistratura, que diz que o "magistrado deve evitar comportamentos que impliquem a busca injustificada e desmesurada por reconhecimento social, mormente a autopromoção em publicação de qualquer natureza."

Outro artigo destacado diz: "O magistrado deve comportar-se na vida privada de modo a dignificar a função, cônscio de que o exercício da atividade jurisdicional impõe restrições e exigências pessoais distintas das acometidas aos cidadãos em geral."

A defesa também destacou que o "magistrado imparcial é aquele que evita todo o tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito.”

Zanin e Teixeira assinalam que o CNJ tem o dever de se debruçar sobre as infrações de Moro ao Código de Ética da Magistratura.
Fonte: Esquerda Valente 



As microexpressões entregam desespero de Temer 


Delação da Odebrecht foi vazada, para ser anulada e tucanos ficarem impunes

Jornal GGN – A delação de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da companhia, ocorreu nesta segunda-feira (12), na sede da Polícia Federal em Curitiba. Logo após da sequência de imediatos três vazamentos dos depoimentos de executivos da empreiteira, o relato de Marcelo foi realizado sob uma aparente tentativa de segurança, a fim de que não fossem vazados a jornais.

A reação da Procuradoria-Geral da República foi de mostrar preocupação com os vazamentos, que atingiram sobretudo a cúpula do PMDB e a grande base e estrutura do governo de Michel Temer. Mas nesta quarta-feira (14), a Folha de S. Paulo trouxe como manchete de capa trechos da delação do empreiteiro.

Naquela segunda, foram cinco os procuradores que acompanharam os relatos do empresário e, ao término da delação, evitaram dar detalhes de forma pública. O GGN levantou o perfil dos cinco investigadores e membros da força-tarefa que estiveram presentes, como se posicionaram até hoje com os meios de comunicação e suas defesas e manifestações públicas.



Requião: a ponte para o futuro virou uma pinguela para a Papuda

Ciro Gomes diz que tucanos são protegidos pela mídia

Por que a chamada grande imprensa, sempre tão 'neutra e imparcial', prefere encobrir escândalos envolvendo vários caciques tucanos?

Tucanos delatados sem foro privilegiado que a Lava Jato sequer intimou

Primeiro, foi Nestor Cerveró que disse ter recebido ordens  para colocar uma empresa ligada ao filho do também então Presidente da República Fernando Henrique Cardos, a PSR, no negócio da Termorio, uma empresa constituída nos tempos do apagão, quando a Petrobras fazia contratos ruinosos para participar do capital e comprar a energia a altíssimo preço, em quantidades asseguradas.

O filho de FHC, Paulo Henrique Cardoso, disse que era tudo mentira de um “encarcerado”

Semana passada, discretamente, divulgou-se o vídeo em que o lobista Fernando Baiano confirma a história, dizendo que recebeu a informação de Delcídio do Amaral, então diretor de Gás e Energia da Petrobras.

Não vai ter inquérito?

Não vai ter “cognição sumária”?

E se fosse o filho do Lula?

O que é uma usina termelétrica perto do aluguel de espaço num galpão para guardar dez caixas?

Não vai ter o Alexandre de Moraes anunciando prisão numa panfletagem?

A Lava Jato é imparcialíssima.


As microexpressões entregam desespero de Temer 



segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Lula não é dono do tríplex, afirmam mais quatro testemunhas


Revista Fórum - Mais quatro testemunhas ouvidas hoje (12/12) pelo juiz Sergio Moro na audiência da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba negaram veementemente que o apartamento tríplex do Guarujá é ou foi algum dia de Lula. É o que afirma nota do advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Lula na ação.

Estes quatro depoimentos se somam a outras 12 testemunhas que declaram o mesmo. O apartamento, segundo as testemunhas, é de propriedade da OAS. De acordo com a nota, com mais esses testemunhos fica enterrada de vez a tese de que o triplex do Guarujá seria de propriedade do ex- Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Leia aqui a nota na íntegra.

Nota

O relato das 4 testemunhas ouvidas hoje (12/12) – e que se somam às 19 das audiências anteriores – pelo juiz Sergio Moro na audiência da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba enterrou de vez a denúncia, amplamente alardeada pelos acusadores, de que o triplex do Guarujá seria de propriedade do ex- Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À exemplo das demais testemunhas, Igor Ramos Pontes, engenheiro da OAS Empreendimentos resumiu, em seu depoimento, questões-chave há muito ressalvadas pela defesa de Lula:


  1. O apartamento é de propriedade da OAS;
  2. O ex-Presidente, sua esposa e seus familiares jamais usufruíram do apartamento e nunca tiveram em suas mãos a chave do imóvel  – ponto também ressaltado pela engenheira Mariuza Aparecida Marques, encarregada da OAS pela supervisão da unidade;
  3. Nenhuma das contratações alegadas de melhorias no imóvel foi ordenada por Lula ou seus familiares;
  4. Igor e Mariuza atestaram que Lula e sua esposa jamais assinaram o boletim de vistoria de unidade (BVU), documento imprescindível – de acordo com o procedimento da OAS – para a entrega de um imóvel ao seu adquirente;
  5. Mariuza diz que esteve muito mais do que 120 vezes no condomínio Solaris – entre 2014 e a presente data – e nunca viu Lula no imóvel, a não ser a única vez em que esteve na condição de potencial comprador;
  6. Igor diz que recebeu a informação da OAS de que houve a desistência da compra da unidade 164-A por parte de Lula e seus familiares.
Os depoentes foram unânimes em declarar que Lula foi tratado como potencial cliente e não proprietário na única visita que fez ao imóvel. D. Marisa Leticia e o filho Fábio, retornaram mais uma vez ao local, ocasião em que ficou claro que foram conhecer as reformas executadas na unidade por decisão da OAS para ver se despertavam o interesse de compra, não tendo nem nesse momento manifestando qualquer interesse pela aquisição do apartamento.

Cristiano Zanin Martins
Vídeo emocionante: desculpa, Dilma! 



A hilária tentativa da Folha de esconder a disparada de Lula para 2018

Arpeggio - coluna política diária - 12/12/2016

Por Miguel do Rosário



O título da matéria da Folha chega a ser hilário. Marina Silva vem despencando em queda livre nas pesquisas desde março deste ano, depois de apoiar o golpe. Saiu de 21% em março, caiu para 19% em abril, escorregou para 17% em julho e fechou o ano em 15%.

Lula, por outro lado, vem disparando após o golpe: saiu de 15% em março, e foi crescendo a cada pesquisa, até chegar aos 25% de hoje, que o deixam isolado na liderança do primeiro turno.

Aécio Neves, apesar do forte recall de 2014 e de ser presidente do principal partido de oposição, o PSB, não pára de minguar nas pesquisas.

Pesquisa de intenção de voto a dois anos das eleições não vale exatamente para se prever o resultado eleitoral, e sim para medir a atmosfera política hoje.


Esse Datafolha, por exemplo, enterra a pesquisa farsesca do ultratucano Sensus, divulgada há uma semana, sobre a Lava Jato, que seria apoiada por mais de 90% da população. Ora, se isso fosse verdade, Lula não estaria liderando as pesquisas de maneira tão absoluta.

Tudo que é mais interessante na pesquisa é escondido na matéria da Folha.

É bizarra a tentativa do jornal de esconder números e tendências tão evidentes em pesquisa feita por instituto que lhe pertence. Mais uma razão para que os brasileiros se esforcem para criar institutos de pesquisa independentes. Não dá para confiar num instituto controlado por uma empresa tão histericamente conectada aos interesses de um dos lados da disputa política - e pior, que não assume essa tendência.

Sempre é bom lembrar que, na contramão do "ajuste fiscal" violentíssimo que o governo Temer vem promovendo, as verbas federais destinadas à Folha explodiram assim que o golpista assumiu.

Nem tudo é fácil para Lula. Sua rejeição ainda é muito alta: 44%. O que a Folha não diz, contudo, é que ela vem baixando rapidamente desde março, quando atingiu 57%.


O golpe, para se materializar, precisou satanizar Lula de maneira desesperada, porque o ex-presidente era a voz mais alta contra o crime que pretendiam perpetrar (e perpetraram) contra a nossa democracia.

Michel Temer, por outro lado, experimenta uma tendência contrária. Sua rejeição está crescendo vertiginosamente, e olha que a pesquisa ainda nem captou os efeitos da delação da Odebrecht...

O relatório completo da pesquisa Datafolha, que publicamos abaixo, traz ainda algumas informações extremamente curiosas.

Por exemplo, Lula, agora lidera entre os mais escolarizados e os de maior renda. Entre os entrevistados com curso superior, o ex-presidente agora tem 17%, contra 11% de Aécio Neves e 13% de Marina. Entre os brasileiros com renda superior a 10 salários, ele tem 14%, empatado com Marina e acima de Aécio.

Entre os mais pobres e menos escolarizados, a vantagem de Lula, naturalmente, é muito maior: entre os brasileiros que ganham até 2 salários, ele tem 30% das intenções de voto, o dobro do segundo colocado, Marina Silva, que tem 15%.

O que o Datafolha está mostrando, aparentemente, é uma tendência. Lula está crescendo na crise.


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Abaixo, a íntegra da pesquisa Datafolha:

Íntegra da pesquisa Datafolha de intenções de voto para 2018 de Miguel Rosario

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Por fim, eu gostaria de comentar outro número observado na pesquisa Datafolha. O PT voltou a crescer entre o público mais jovem, provavelmente em virtude da atração das lutas contra o golpe. O PSDB, por sua vez, que sempre foi fraco entre a juventude, está conseguindo perder o pouco de apoio que possuía, seguramente por causa de sua associação ao governo Temer.



Confira também. Não há deficit previdenciário! Não há rombo da previdência! O que existe é um superavit previdenciário! Chocante? Pois é, Ciro Gomes te fala a verdade.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

O preço do golpe quem paga é o pobre e o trabalhador

Caso estivesse em vigor a proposta de Temer, de limitar os aumentos dos gastos à inflação do ano anterior, os recursos destinados à saúde, educação, previdência e segurança seriam hoje muito menores.

Trata-se da PEC 241/2016, em tramitação no Congresso, que engessa na Constituição pelos próximos 20 anos uma regra que não admite ganho real no orçamento.

Para se ter uma ideia do estrago da PEC da doença e da ignorância de Temer, caso estivesse vigente nos últimos 10 anos, o salário mínimo, que atualmente é de R$ 880,00, seria de R$ 500,00. Não haveria política de valorização do salário mínimo, importante para a promoção de ganhos sociais e econômicos. Os benefícios previdenciários ficariam abaixo do salário mínimo.

Na Saúde, o orçamento, que em 2015 foi de R$ 102 bilhões, cairia, se aplicada a regra Temer, para R$ 65 bilhões. Seriam R$ 37 bilhões a menos para os serviços prestados pelos postos de saúde, nos serviços ambulatoriais e hospitalares. Se considerado os últimos 10 anos, seriam R$ 180 bilhões a menos.

O mesmo “achatamento” social se verificaria na Educação. O orçamento do setor, em 2015, alcançou R$ 104 bilhões. Mas, na guilhotina Temer, teria sido de R$ 32 bilhões, bem menos da metade, portanto.

Se a segurança hoje é uma das principais preocupações da população, considere que, em 2015, foram aplicados R$ 9 bilhões. Temer, aplicando sua regra, teria destinado à segurança apenas R$ 6 bilhões.
Veja a simulação para diversos setores, caso a regra Temer estivesse em vigor em 2015, comparando aos valores orçamentários efetivamente executados no governo Dilma:
Estamos diante do risco de um retrocesso gigantesco na garantia de direitos sociais e da rede de amparo aos mais pobres no País.

Os economistas do governo interino gritam que os direitos sociais não cabem no orçamento público. Querem cortar, sem pena, na saúde, segurança e na educação dos mais pobres e dos trabalhadores para não faltar dinheiro para o pagamento dos juros, dos bancos e dos banqueiros.

sábado, 2 de julho de 2016

Greenwald: eventos no Brasil mostram fraude no golpe e corrupção de Temer

Por Glenn Greenwald, do The Intercept

Desde o começo da campanha para impedir a presidente democraticamente eleita, Dilma Rousseff, a principal justificativa era de que ela havia se utilizado do artifícioconhecido como “pedaladas” (“peddling”: atraso ilegal de pagamentos aos bancos estatais) para mascarar a dívida pública. Mas nesta semana, enquanto o Senado conduz o julgamento do impeachment, esta acusação foi suprimida: o relatório de peritos do Senado concluiu que “não há indício de ação direta ou indireta de Dilma” em nenhuma destas manobras orçamentárias. Como colocou a Associated Press: “Auditores independentes contratados pelo Senado brasileiro disseram em relatório divulgado na terça-feira que a presidente suspensa Dilma Rousseff não agiu na modificação da contabilidade de que foi acusada no julgamento de seu impeachment”. Em outras palavras, os próprios técnicos do Senado esvaziaram o primeiro argumento na defesa de que o impeachment era outra coisa que não um golpe.

O relatório não isenta Dilma totalmente, concluindo que Dilma abriu linhas de crédito sem a aprovação do Congresso, o que é parte do caso do impeachment. Mas foi a acusação das pedaladas que dominou todo o debate.

Se o impeachment de Dilma foi de fato motivado por seu motivo declarado – a quebra de leis – esse relatório devastador deveria interromper o percurso do impeachment. Elio Gaspari, importante colunista da Folha de São Paulo, maior jornal brasileiro, escreveu na terça-feira – sob o título “Há Golpe” – que, a luz deste novo relatório, o Impeachment de Dilma pode não ter sido um “golpe” no sentido de que teria sido realizado extrajudicialmente, mas é um golpe no sentido de que é realizado sem eleições: por “estratagemas” através de “práticas ardilosas”.

Mas, é óbvio, o impeachment nunca teve algo a ver com qualquer suposta quebra de lei de Dilma – esse era apenas o pretexto para remover uma presidente democraticamente eleita por motivos ideológicos – o que explica porque a destruição da mais importante acusação contra ela sequer arranhou a dinâmica do impeachment. Mesmo o Estadão, jornal veementemente contrário a Dilma,documentou esta semana como os principais defensores do impeachment mudaram instantaneamente seu raciocínio: do argumento de que as pedaladas exigem o impeachment para o discurso de que, na verdade, isso nunca foi importante em primeiro lugar. Estas são as ações de pessoas dedicadas a um fim sem se importar com as justificativas: eles estão determinados a impedir Dilma por razões ideológicas, então a destruição do caso judicial contra ela não faz diferença.

Ainda mais significante são as crescentes evidências da enorme corrupção do substituto de Dilma, Michel Temer. Em apenas 30 dias desde que assumiu, Temerperdeu três dos seus ministros por conta da corrupção. Um deles, seu aliado extremamente próximo Romero Jucá, foi flagrado em gravação conspirando pelo impeachment de Dilma como uma maneira de estancar as investigações sobre corrupção, bem como indicando que os militares, a mídia e os tribunais estavam tomando parte na conspiração pelo impeachment.

Um informante chave nas investigações, o ex-Senador e executivo da construção civil Sergio Machado, agora disse que Temer recebeu e controlouR$ 1,5 milhão em doações ilegais de campanha, enquantooutro informante disse, na semana passada, que Temer era “beneficiário” de R$ 1 milhão em subornos. Além disso, Temer está agora impedido por uma ordem judicial de disputar qualquer eleição por 8 anos por conta de sua violação das leis eleitorais. Para lembrar: este é quem, em nome da “corrupção”, as elites brasileiras empossaram no lugar da Presidente eleita.

Enquanto isso, o partido de Temer, PMDB, é virtualmente o mais corrupto deste hemisfério. Seu Presidente da Câmara Eduardo Cunha – que presidiu o processo do impeachment – está agora suspenso pelo Supremo Tribunal, e o Conselho de Ética da Câmara acaba de votar por sua cassação uma vez que ele mentiu sobre contas bancárias na Suíça, recheadas de dinheiro de suborno, em seu nome. O mesmo executivo da construção, Machado, testemunhou que três líderes do PMDB – incluindo Jucá – receberam pagamentos num total de R$ 71,1 milhões em subornos. Ao mesmo tempo, dois aliados chave de Temer do PSDB, partido de centro-direita derrotado por Dilma em 2014 – o Ministro das Relações Exteriores de Temer, José Serra, e o oponente de Dilma em 2014, Aécio Neves – estão ambos sob investigação por corrupção.

Ate decidir apoiar o impeachment de Dilma e empoderar seus próprios líderes corruptos, o PMDB era um importante aliado de Dilma. O partido de Dilma, o PT, tem sua própria cota de figuras corruptas. Mas o PMDB é pouco mais que um partido de negociação que existe para lubrificar as engrenagens da corrupção e das propinas em Brasília. A ironia por trás do fato de que este partido tenha sido alçado ao poder em nome da luta contra a corrupção é grande demais para ser posta em palavras. Como afirmou o New York Times em maio, o partido de Temer é o que controlou, e agora arruinou, o Rio: “o mesmo partido que criou uma bagunça no Rio está agora gerindo o país”.

Por mais expressivos que a corrupção de Temer e a fraude do impeachment de Dilma já fossem, dois novos eventos nesta semana vieram reforçá-lo. Primeiro, Temer jantou com dois membros do Supremo Tribunal Federal – o órgão que preside a investigação sobre a corrupção e o processo do impeachment. Também estiveram presentes o Ministro das Relações Exteriores, Serra, e seu aliado próximo Aécio: ambos alvos da investigação sobre corrupção. Temer está literalmente se reunindo secretamente com os próprios juízes que estão julgando o impeachment e os processos de corrupção (ao mesmo tempo em que políticos brasileiros, preparando a imposição de medidas de austeridade, estão votando por bajular estes juízes com um enorme aumento de 41% em seus salários: a austeridade não pode ficar no caminho de enriquecer os próprios juízes que decidem se você e seus amigos chegar a ser presidente ou ir para a prisão).

Segundo, ao mesmo tempo em que Temer está se reunindo em privado com estes juízes-chave, reportagens revelaram que ele está trabalhando duro em um acordo para “salvar a pele” de Cunha, um dos políticos mais corruptos do país. Temer se reuniu com Cunha nesta semana. Um plano sendo ativamente discutido permitiria Cunha renunciar e então ter seu processo criminal atribuído a juízes favoráveis. Outro prevê que Cunha simplesmente renuncie à presidência da Câmara para aumentar as chances de que ele não seja expulso da mesma por completo. Pior ainda, o Globo reportou hoje que Toemer está agora trabalhado ativamente com Aécio para garantir que o sucessor de Cunha seja favorávela ele: alguém que “não trabalhe pela cassação de Eduardo Cunha”.

Basta pensar sobre o que aconteceu quando estava em jogo o controle do quinto país mais populoso (e rico em petróleo) do mundo. A presidente democraticamente eleita sofreu impeachment apesar da falta de indícios de corrupção pessoal: por políticos que estão afundados em escândalos de subornos e propinas. O principal pretexto utilizado para impedi-la acaba de ser derrubado pelo relatório dos próprios auditores independentes do Senado. E o homem marcado pela corrupção que implantaram no lugar dela – que tem atualmente uma taxa de reprovação de 70%, e quem 60% do país quer que sofra o impeachment – está agora se reunindo secretamente com os juízes cuja suposta independência, credibilidade e integridade eram o principal argumento contra a classificação deste processo de “golpe”, tudo enquanto ele conspira para salvar seu companheiro de partido enriquecido por propinas. E eles estão procedendo para impor uma agenda de direita de austeridade e privatizações que a democracia nunca permitiria.

Sejam quais forem os motivos para se livrar de Dilma, a ilegalidade e a corrupção claramente não tiveram na a ver com isso. É só olhar para o relatório divulgado esta semana pelo Senado, ou o rosto da pessoa que instalaram, para ver como essa é a verdade.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Cadê as pesquisas Datafolha e Ibope sobre o governo Temer?

Já são quase 50 dias do governo interino de Michel Temer.
E os dois principais institutos de pesquisa do Brasil estão em silêncio.
Nenhum número, nenhum percentual. 
Não sabemos como anda a popularidade do presidente em exercício.
Onde estão Datafolha e Ibope para aferir a percepção da sociedade brasileira sobre o governante que está substituindo Dilma Rousseff?
Quando a CNI (Confederação Nacional da Indústria)*, que no ano passado encomendou para o Ibope quatro pesquisas sobre a gestão Dilma, vai ouvir o que a opinião pública tem a dizer sobre este governo?
Ao longo do segundo mandato da petista, interrompido em 12 de maio passado, foram dez pesquisas Datafolha e cinco Ibope. Praticamente uma sondagem divulgada por mês.
Os brasileiros estamos curiosos em saber como a população está sentindo os 50 primeiros dias de Temer à frente do País.
Neste período, tivemos:
- a ausência de negros, maioria na composição racial do Brasil, da equipe que governa o País;
- a queda de três ministros -- dois alvos da Operação Lava JatoRomero Jucá(Planejamento) e Henrique Eduardo Alves (Turismo), e outro crítico das investigações da Polícia Federal, Fabiano Silveira (nomeado para Transparência!!!);
- a divulgação de áudios do homem-bomba deste governo, Sérgio Machado, quecompromete a cúpula do PMDB -- tão enrascada quanto a do PT no esquema decorrupção da Petrobras;
- o reajuste do Poder Judiciário em meio a uma das maiores crises econômicas do País, com impacto bilionário aos cofres públicos;
- a Reforma da Previdência em discussão, em que integrantes do governo cogitam até 70 anos como idade mínima para a aposentadoria;
- o lançamento de um plano vazio de combate à violência contra a mulher após o estupro coletivo no Rio de Janeiro;
- o estado de calamidade pública no Rio de Janeiro, decretado pelo governador interino Francisco Dornelles (PP) e premiado por Temer com R$ 2,9 bilhões da União.
Qualquer novo governo (mesmo que interino) é sacudido por uma série de novas medidas, muitas controversas. Ainda mais num contexto de crise política e econômica aguda como o nosso.
Por isso, nos questionamos o quanto mudou para os brasileiros desde o último levantamento do Datafolha, de 10 de abril, um mês antes da aprovação do impeachment no Senado.
O governo Dilma era rejeitado por 63% e aprovado apenas por 13%. A nota da presidente era 3,5 num máximo de 10 pontos.
E agora, qual será a avaliação de Dilma e de Temer?
Será que os brasileiros querem continuar com o peemedebista no comando?
Estão satisfeitos com as primeiras ações do governo provisório?
Ou flertam com a volta da petista, que ainda tem uma última (remota) chance de regressar depois da votação definitiva do Senado em meados de agosto?
Cadê Datafolha e Ibope para nos responder?

Gregório Duvivier a Marco Feliciano: 'Jesus Cristo teria muita vergonha de você'

Gregório Duvivier e o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) debateram ao vivo nesta semana durante o programa de rádio Pânico, da Jovem Pan, nesta semana.
“Quando ele diz que não é do PT. Onde é que já se viu isso? Assume, amigo. Ele é mais petista do que qualquer um de nós. Ele é mais vermelho do que o próprio Fidel Castro. O meu problema com Duvivier é que eu queria saber por que ele não faz uma charge, não faz humor com o Islã, com o Estado Islâmico, com Maomé. Por que faz só com o cristianismo?", perguntou o deputado, que já chegou a processar o grupo de humor.
“Porque não tem nenhum deputado islâmico que está roubando o meu dinheiro, senhor”, respondeu o ator.
O clima, claro, esquentou no debate. Em dado momento, Marco Feliciano tentou ligar Gregório aos desvios da Lei Rouanet que a Polícia Federal (PF) encontrou nesta semana:
"Parece que vocês estão na mira do Ministério Público, hein? Com esse filme [Contrato Vitalício, do grupo Porta dos Fundos, que está sendo lançado]. A Lei Rouanet está mira",
"Este filme não tem Lei Rouanet, estúpido", rebateu Gregório. "Vamos estudar?", completou.
"Somos 40 milhões de evangélicos. Somado aos católicos, que são mais ou menos 70 milhões, nós somos 110 milhões que nos sentimos ofendidos com o vídeo", afirmou Feliciano.
"Não fale em nome de 110 milhões de pessoas que o senhor é uma vergonha para muito evangélico", retrucou o ator. "Jesus Cristo teria muita vergonha de você".

Para Ciro, Temer e só parte de um golpe mais profundo

Em entrevista ao Diário do Centro do Mundo (DCM), na TVT, que foi ao ar nesse domingo (26), o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) afirma ter documentos que apontam para a “roubalheira” envolvendo autoridades, entre elas o presidente em exercício, Michel Temer. De acordo com ele, embora difícil, as chances de se evitar a consumação do golpe contra a presidente afastada, Dilma Rousseff, e, consequentemente, contra a democracia brasileira, ainda está no Senado.
Para o pedetista, o golpe, atende a três blocos de interesses associados, exclusivamente, à “conveniência de se fazer o golpe”. E o primeiro é formado por um sindicado de políticos que quer o fim da Lava Jato. “Todo mundo fazendo de conta, elogiando o [Sérgio] Moro por cima da mesa, mas, por baixo do pano, há um esforço imenso trabalhando pesadamente pelo fim da Lava Jato”.
O segundo bloco, de acordo com Ciro, é formado por “agiotas”, formados, de acordo com Ciro, por 10 mil famílias que se apropriam de R$ 600 bilhões por ano que é “dinheiro do povo” e cujo líder, é o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
E o terceiro grupo pró-golpe, cujo encarregado é o senador José Serra, é formado para atender a interesses estrangeiros, eliminando parcerias comerciais atualmente importantes para a economia do país, e quebrando o monopólio da exploração do pré-sal, por meio do Projeto de Lei 131/2015, de autoria de Serra, em trâmite no senado.
“O BRICS poderia abrir para o Brasil, em um futuro muito próximo, um regime de preferências comerciais que nos dariam uma escala ala de quase três bilhões de consumidores… A Lei da Partilha do pré-sal brasileiro é onde está o dinheiro para revolucionar a história da pobreza no Brasil”, assevera Ciro Gomes.
Assista à entrevista na íntegra:
Parte I:
Parte II


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