InfoPress: Temer, investigado pela Lava Jato, quer ministro da Justiça...inimigo da Lava Jato!!!

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Temer, investigado pela Lava Jato, quer ministro da Justiça...inimigo da Lava Jato!!!


Já postei aqui como e quanto Michel Temer está investigado na Lava Jato:

A questão agora é outra: seu futuro ministro da Justiça é um feroz inimigo da Lava Jato.

Mas antes de chegar ao ponto, vou dar uma volta no tempo….

Estive com Marcio Thomaz Bastos, o finado e refinado ministro da justiça de Lula, no dia 1º de julho de 2009 para fazer-lhe um perfil –para a revista Joyce Poder. Pela primeira vez, ele revelou alguns detalhes de sua vida pessoal. Contou-me que 40 dias depois de ter deixado a pasta da Justiça de Lula, tossiu sangue. Era um câncer pulmonar, devidamente debelado a lentas sessões. “Eu achava que não ia morrer, que iria ser salvo. Me segurei na vontade de viver. Eu saí desse episódio muito melhor do que eu era, mais maduro, com uma noção de que você é finito. Mas tudo foi uma coisa muito contraditória. Você vê que é mortal, mas ao mesmo tempo me vejo fazendo planos para daqui a 10 ou 20 anos. Estou plantando sementes que espero ver se transformarem em árvores. O câncer me deu uma noção muito clara de que vou morrer e ponto. Gosto de política, mas esses planos não incluem política. Tem meses que vou uma vez por semana para Brasília. E às vezes converso com o presidente, converso com muitos ministros”, revelou.
Até que lá pelos 20 minutos de conversa, doutor MTB chegou no ponto que hoje todo advogado quer saber dele: doutor Márcio, o senhor não acha que é complicado defender a Polícia Federal e depois atacar as operações, deflagradas pela PF, que o senhor mesmo apoiou? Doutor Marcio respondeu sem pestanejar, com uma fala tranqüila, dormitada, como se estivesse prestes a vestir um pijama de alamares. “Fui ministro por quatro anos, antes havia sido advogado por 45 anos. Sou muito mais advogado do que ministro. Quando eu era ministro eu cheguei a brincar: “eu não sei como vivi tanto tempo sem ser ministro da Justiça. Eu tinha 45 anos de advocacia, fiz um ano de quarentena voluntária, não vejo nenhuma incompatibilidade em voltar a advogar, essa revolving door (porta-giratória) é uma coisa que tem de fazer mesmo. Acho que prestei um bom trabalho lá e agora voltei a fazer o que gosto.”
Doutor Márcio, calmamente, me disse que sairia daquela entrevista e iria direto para a PF: defender a construtora Camargo Corrêa da então operação  Castelo de Areia –de resto, mãe espiritual da Lava Jato.
Doutor MTB consegui engavetar a operação, que aliás estava na bota de Temer:

Bom: achei estranho. O advogado tornado o ministro que criara o conceito de “Polícia Federal Republicana”, e que depois passara a apoiar que se algemassem seus colegas advogados em operações da PF, estava defendendo uma empreiteira tão logo se apeou do governo Lula.
Mas um amigo advogado alertou: “Não faça essa confusão tão típica de jornalistas: advogados não defendem clientes, defendem causas”.
Aham! 
Mas agora volta a mesma questão ao colo de Michel Temer.
O advogado criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira, amigo próximo do vice-presidente Michel Temer e cotado para assumir o Ministério da Justiça em um eventual governo do PMDB se posicionou contra a Operação Lava Jato há cerca de quatro meses. Mariz e outros cem outros advogados assinaram um manifesto que comparava a Lava Jato a “uma espécie de inquisição”, que pratica “violações de regras mínimas para um justo processo”.
Mariz também atuou na defesa do executivo da empreiteira Camargo Corrêa Eduardo Leite, um dos investigados pela Lava Jato.

A 20 de julho passado a Justiça Federal condenou a cúpula da empreiteira Camargo Corrêa por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa nas obras da refinaria Abreu e Lima, da Petrobrás, e mais 3 pessoas. Dalton dos Santos Avancini, que foi presidente da empreiteira, e Eduardo Leite, ex-diretor vice-presidente da empresa, pegaram 15 anos e dez meses de reclusão. Os dois fizeram delação premiada nos autos da Operação Lava Jato e, por isso, o juiz Sérgio Moro concedeu a eles regime de prisão domiciliar.

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