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segunda-feira, 2 de maio de 2016

Janot pede inquérito contra Aécio e cúpula do PMDB

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que sejam abertos inquéritos contra vários políticos no âmbito da Operação Lava Jato, com base na delação premiada do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS).
Os pedidos envolvendo o senador Aécio Neves (PSDB-MG), um dos principais defensores da queda da presidente Dilma Rousseff, e a cúpula do PMDB no Senado, incluindo nomes como Romero Jucá (RR), Jader Barbalho (PA), Valdir Raupp (RO) e Renan Calheiros (AL), presidente da Casa.
Contra Aécio, há duas linhas de investigação: uma envolvendo suposto recebimento de propina de Furnas, e outra sobre a acusação de que o tucano maquiou dados do Banco Rural em CPI no Congresso para esconder irregularidades envolvendo o PSDB - neste caso, também deverá ser investigado o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que segundo Delcídio, sabia da maquiagem dos dados.
Caso o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, determine abrir as investigações, Aécio, que é presidente nacional do PSDB, passará a ser oficialmente investigado no caso do esquema de corrupção da Petrobras.
Confira também, a verdade sobre o senador Perrella do Helicoca:

domingo, 1 de maio de 2016

O salário mínimo é um dos alvos do golpe

O novo governo avalia que o mínimo é só um custo, e deve ser reduzido para que haja aumento da competitividade da economia

Frei Betto tem razão quando diz que faltariam ruas para protestos se os pobres soubessem quais são os planos da coligação que tenta tomar o governo pela via do golpe. Um dos alvos principais é o salário mínimo. As razões são variadas. Mas todas convergem: o mais importante será a redução do valor real do salário mínimo.
O salário mínimo foi criado no dia 1º de maio de 1940 por Getúlio Vargas. Desde a sua criação, o salário mínimo sofreu muitos ataques. São ataques contra o seu valor e ataques à sua existência.
Sempre foi mais difícil atacar a sua existência já que o principal argumento contrário é que salários deveriam ser negociados livremente entre patrões e empregados. Mas todos sabem que trabalhadores negociariam quase sempre com muita desvantagem.
Não será surpresa, contudo, que comecem a surgir propostas no sentido da eliminação da obrigatoriedade do pagamento de um valor mínimo para o salário no mercado de trabalho.
Eles irão propor que o salário mínimo seja um valor de referência para a negociação, mas não uma obrigatoriedade. Não é um absurdo pensar nessa possibilidade.
Afinal, o que é a proposta patrocinada por instituições envolvidas no golpe referente à área trabalhista que propõe que o “negociado deve prevalecer sobre o legislado”? Representa a base do fim dos direitos trabalhistas estabelecidos e seguros.
O golpe de 1964 também atacou e depreciou o valor do salário mínimo. João Goulart, o presidente que foi afastado, defendeu o salário mínimo concedendo aumentos necessários. Em março de 1964, o salário mínimo valia mais que 1,2 mil reais a preços de hoje. Ao final do regime ditatorial militar-empresarial, em 1985, o salário valia menos da metade do que valia no governo de Goulart.
Com o golpe de 1964, um novo modelo econômico foi imposto. O pacto militar-empresarial era pela promoção do crescimento econômico e a realização de investimentos públicos e privados. E assim foi feito. Mas foi um modelo concentrador de renda e de riqueza. A ideia que justificava esse modelo foi expressa pelo então ministro Delfim Netto, que dizia que era necessário, primeiro, fazer o bolo crescer para, depois, distribuí-lo. Cresceu, mas não foi distribuído.
Durante a ditadura, o setor privado fez grandes investimentos financiados pela folga financeira devido à redução de custos que representava a folha de pagamentos (arrocho salarial) – além de favores concedidos pelos militares a determinados setores empresariais.
O arrocho salarial não foi uma mera maldade de um governo que eliminou a democracia, extinguiu a liberdade, torturou e assassinou; a compressão salarial era parte importante do modelo de financiamento do crescimento econômico com concentração de renda e riqueza. 
No golpe que está em curso há também argumentos para justificar a compressão do valor real do salário mínimo. Alguns argumentos são similares. O modelo econômico de Michel Temer guarda semelhanças com o modelo econômico da ditadura: crescer com concentração de renda ou fazer o bolo crescer e jamais distribuí-lo.
O primeiro argumento dos defensores do golpe é que o salário mínimo é exclusivamente um custo e, portanto, deve ser reduzido para que haja aumento da competitividade da economia. Em outras palavras, o dinheiro que iria para os trabalhadores deve ir para as mãos dos empresários para que possam investir (ou aplicar no mercado financeiro).
Para aumentar a poupança privada, defendem que será necessário tirar o dinheiro de quem gasta tudo o que recebe para colocar nas mãos de quem não transforma em consumo ganhos adicionais.
Este primeiro argumento está absolutamente equivocado. Esquecem que salários baixos (tal como o mínimo) são, na verdade, gastos em sua totalidade pelos trabalhadores e suas famílias. O resultado é que a massa salarial de todos quem têm baixa renda (ou renda média) vai para o comércio de bens e mercadorias. Logo, o salário mínimo é muito mais um dinamizador da economia (ativando o comércio e a produção) do que uma trava na forma de custos.
O segundo argumento dos golpistas: consideram que quanto maior o valor do salário mínimo maior é a informalidade no mercado de trabalho. Documento do Ministério da Fazenda (de 22 de dezembro de 2000, disponível do site no ministério), quando o ministro era Pedro Malan e o presidente era Fernando Henrique Cardoso, declarava que: “... o aumento no valor do salário mínimo pode vir acompanhado de um aumento da informalidade...”.
O raciocínio tucano do período FHC, que está de volta, é básico: se, de um lado, houve aumento de custos empresarias via reajuste do salário mínimo, isso gerará informalidade (ou seja, carteira de trabalho não assinada) para que haja redução de custos, de outro lado. Então, a redução do valor do mínimo garantiria a carteira assinada e protegeria o trabalhador.
Aqui há um segundo equívoco que foi provado pela experiência dos últimos anos, mas principalmente evidenciada durante os governos do ex-presidente Lula. Juntamente com as centrais sindicais o presidente formulou uma regra de reajuste do salario mínimo que é a seguinte: o salário mínimo é reajustado todos os anos de acordo com a inflação do ano anterior mais o crescimento econômico de dois atrás.
A regra garante que o salário mínimo não perde valor real e se a economia crescer, ganha poder de compra. O resultado foi que houve uma extraordinária valorização do salário mínimo (mais que 70% em termos reais). E para causar pesadelo nos conservadores: a informalidade no mercado de trabalho caiu drasticamente durante os governos do PT e seus aliados.
Por último, querem atacar os beneficiários da Previdência Social quebrando uma regra de ouro: nenhum benefício da Previdência Social pode ter valor inferior a um salário mínimo. A Previdência Social paga quase 30 milhões de benefícios por mês. Aproximadamente 70% dos beneficiários da Previdência Social receberiam menos que um salário mínimo se não fosse essa regra de ouro. Os golpistas não aceitam que o valor de piso de um benefício da Previdência seja de um salário mínimo.
Se conseguirem quebrar essa regra de ouro, vão prejudicar 20 milhões de pessoas e suas famílias. Mas dizem que querem salvar a Previdência. Em verdade, querem reduzir gastos na Previdência para ter mais espaço orçamentário para transferir renda para grandes grupos empresariais (financeiros, inclusive).
É muito importante destacar que os benefícios pagos pela Previdência juntamente com o salário mínimo pago no mercado de trabalho são os dois mais fortes instrumentos de distribuição de renda no Brasil. Portanto, ao mirar no valor do salário mínimo e nos benefícios da Previdência Social, o modelo econômico golpista revela a sua face concentradora de renda. E revela sua face ideológica: antipopular.

Base aliada de Temer é a mais ficha-suja da história

Ontem me dediquei a examinar a lista de parlamentares que votaram a favor do impeachment na Câmara e dos que vão votar a favor no Senado, e que fazem parte, portanto, da base aliada que vai apoiar o governo Temer – se houver governo Temer – e fiquei estarrecido com a quantidade de deputados e senadores investigados tanto no STF quanto na Lava Jato.
   É a base aliada mais ficha suja desde a criação da Lei da Ficha Limpa.
   Investigados na Lava Jato são 58 deputados federais - 47 do PP, 8 do PMDB, 1 do PSC, 1 do PTB e 1 do PTC – e nove senadores – 4 do PMDB, três do PP, 1 do PTB e 1 do PSB.
  A lista dos que respondem a inquéritos e ações penais no STF é muito maior: 145 deputados federais e 25 senadores.
   O partido com mais senadores investigados é o PMDB, com 10. Em segundo lugar, empatados, com quatro, PSDB e PR. O PTB tem 2 e PSC, PP, DEM e PSD tem 1 cada.
   O campeão de deputados federais pendurados no STF também é o PMDB, com 50. Em segundo lugar, o PP, com 16. Em terceiro lugar, empatados, com 15, o PSDB e o PR. O PSD, apesar de ser um partido novíssimo, fundado por Gilberto Kassab aparece em quarto, com 11. A seguir, com 9, o DEM. Depois, com 8 estão empatados o PSB, o PSC e o PTB. O PRB tem 5, o PRP e o PMN, 2 e o PEN e SD têm 1 cada um.
   Todos os líderes desses partidos costumavam e ainda costumam fazer os discursos mais contundentes a favor da moralização e da ética na política, responsabilizando o PT pela corrupção que predomina na política brasileira e disseram “sim” a favor do impeachment.
   O atual presidente do PMDB e um dos principais articuladores do suposto governo Temer, senador Romero Jucá, já estava bem enrolado quando, anteontem, a ministra Carmen Lúcia abriu investigação contra ele e contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, acusados, com fortes indícios de receberem, cada um, a quantia de 15 milhões de reais para aprovar emendas provisórias de interesse da indústria automobilística. Além disso, responde aos inquéritos 2116, 2963 e 3297 por crimes contra o patrimônio, crime de responsabilidade, falsidade ideológica e eleitorais e envolvimento em desvio de verbas federais em obras em Roraima. Também é investigado sobre origem e destino de 100 mil reais jogados para fora do carro por um de seus auxiliares momentos antes de ser abordado por policiais durante a campanha de 2010.
   Presidente do Senado, Renan Calheiros, além da acusação citada acima, está pendurado no inquérito 2593 no qual é acusado de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso no caso dos bois de Alagoas, de 2007 para forjar uma renda com venda de gado para justificar gastos pessoais e com sua ex-amante Monica Veloso. É também investigado por desviar R$44,8 mil do Senado em verbas indenizatórias, por usar a cota de passagens aéreas do Senado para pagar viagens de três acusados de serem seus “laranjas” e de um fazendeiro suspeito de fraudar venda de gado. Também está incurso no inquérito 3589, por crime ambiental, acusado pelo MPF de pavimentar ilegalmente uma estrada de 700 metros na estação ecológica Murici que leva a uma fazenda de sua propriedade.
   Ex-presidente do PMDB, o senador Valdir Raupp é réu em quatro ações penais (358, 383, 554 e 577) e responde ao inquérito 2442 por peculato, crimes eleitorais e contra o sistema financeiro e a administração pública. É acusado de ter alterado por conta própria o destino de recursos de um convênio de US$167 milhões assinado com o Banco Mundial entre 1997 e 98.
   Filiada há um ano ao PMDB, depois de ter saído do PT por divergir eticamente do partido, a senadora Marta Suplicy responde à ação penal 648 por crimes da Lei de Licitações e aos inquéritos 2687, 3235, 3267 e 3544, por improbidade administrativa, formação de quadrilha, estelionato e falsidade ideológica durante seu mandato de prefeita de São Paulo, entre 2001 e 2004.   
   O ex-presidente Fernando Collor, que sempre se gaba de ter sido absolvido em 1992, na verdade ainda responde por crimes daquela época. Em 2008, a PGR recomendou ao STF sua condenação na ação penal 465 por peculato (desviar ou apropriar-se de recursos públicos), corrupção passiva e falsidade ideológica. Ele e outros seis réus são acusados de receberem propinas de empresários da área de publicidade beneficiados por licitações fraudulentas entre 1990 e 92. O dinheiro era depositado em contas de “laranjas” para pagar contas pessoais, faturas de cartões de crédito e pensões a filhos de relacionamentos extraconjugais.
   Cássio Cunha Lima, um dos buldogues mais agressivos contra Dilma é ex-governador da Paraíba, condenado e cassado em 2009 por distribuir 35 mil cheques a eleitores na campanha de 2006. Só conseguiu manter sua cadeira de senador, apesar de ser barrado pela Lei da Ficha Limpa porque o STF decidiu não aplicar a lei nas eleições de 2010. Responde ao inquérito 3393 por crimes da Lei de Licitações.
   O veterano, ex-governador do Pará e ex-presidente do Senado, Jader Barbalho responde a seis ações penais (374, 347, 398, 498, 549 e 653) por peculato, crimes contra o sistema financeiro, falsidade ideológica, quadrilha ou bando e emprego irregular de verba pública, suspeito de integrar quadrilha que desviou mais de R$1 bilhão do Banco do Estado do Pará, da Sudam e do Ministério da Reforma Agrária. Foi barrado pela Lei da Ficha Limpa mas manteve o mandato de senador quando o STF decidiu que a lei não valeria nas eleições de 2010.
   Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha é réu no STF por ter sido acusado de receber ao menos US$ 5 milhões na operação de compra de navios-sonda pela Petrobrás e é alvo de mais 11 acusações pela PGR que pede ao STF, desde o ano passado, seu afastamento da presidência da Câmara, dentre as quais achaque e intimidação a dirigentes da construtora Schahin, por meio de requerimentos de convocação assinados por vários deputados de sua tropa de choque, motivados por uma disputa referente à construção de uma barragem da Cebel, além de ter tido contas secretas e suspeitas, com depósitos de US$20 milhões fechadas por banco suíço por não ter conseguido explicar sua origem.
   Integrante da lista dos mais procurados pela Interpol, impedido, sob risco de ser preso, de entrar em vários países, inclusive Estados Unidos, o deputado Paulo Maluf responde a ações penais 461 e 477 e a três inquéritos (2471, 3545 e 3601) por crimes contra o sistema financeiro, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e crimes eleitorais. No inquérito 2471, ministros do STF aceitaram denúncia de que o grupo de Maluf desviou R$1 bilhão da prefeitura de São Paulo quando ele foi prefeito.
   Líder do PSC e desabrido componente da tropa de choque de Eduardo Cunha, o novato André Moura, um dos mais ácidos críticos da presidente Dilma, responde aos inquéritos 3110 (crimes eleitorais), 3224  (crimes de responsabilidade e formação de quadrilha), 3221 (crimes de responsabilidade), 3204 (formação de quadrilha, improbidade administrativa), 3516 (crimes de responsabilidade) e 3594 (crimes da Lei de Licitações e Peculato).
   O deputado Beto Mansur (PP-SP), que muitas vezes substitui Cunha na presidência da Câmara, responde ações penais 635 - na qual é acusado de ter submetido 46 trabalhadores, inclusive 7 crianças a trabalho análogo à condição de escravo em duas fazendas de Goiás - e 580, por crimes de responsabilidade. Também está incurso nos inquéritos 3013, 2688, 2616 e 2519 por crimes de responsabilidade e contra a administração pública.
   O pastor Marco Feliciano é réu na ação penal 612 por estelionato, acusado de ter inventado um acidente no Rio de Janeiro para justificar ausência em evento no Rio Grande do Sul para o qual tinha recebido cachê, passagens e hospedagem. Também está enquadrado no inquérito 3590 no qual é suspeito de induzir ou incitar discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião. No inquérito 3646 é questionado por contratar pastores da sua igreja por seu gabinete parlamentar.
   O deputado Paulinho da Força, presidente do Solidariedade e defensor resoluto de Eduardo Cunha tem contra si a ação penal 421, por estelionato, crimes contra a fé pública e concussão. Em 2008 foi absolvido no Conselho de Ética no inquérito 2725 – desvio de recursos do BNDES – mas ainda está incruso nos inquéritos 2778 e 2639 por utilização indevida de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) pela Força Sindical em cursos profissionalizantes.
   O time de Temer ainda é integrado por gente como Jair Bolsonaro, deputado que, apesar de não ser investigado por corrupção, ostenta o título de o mais desprezível e sujeito a punição na corte internacional de Haia e na comissão de ética, depois de ter elogiado o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra ao vivo e a cores na votação em que apoiou o impeachment da presidente.
   Quem tem uma base aliada como essa não precisa de oposição.





Alex Solnik



Trem de R$20 milhões é encontrado envelopado há mais de um ano em SP




Trem comprado há mais de um ano e que custou cerca de R$20 milhões aos cofres públicos do estado de São Paulo está parado e envelopado

Agência Democratize

Nesta quarta-feira (27) os deputados Carlos Giannazi eRaul Marcelo, do PSOL, acompanhados do Sindicato dos Metroviários, realizaram uma visita ao pátio Jabaquara do Metrô, com o objetivo de investigar graves denúncias de improbidade administrativa.
Durante a visita, ambos flagraram um trem parado e completamente coberto. Foi averiguado que ele teria sido comprado no começo do ano passado, pelo valor de R$20 milhões de reais.
Não se sabe o motivo exato pelo qual o trem se encontre “encostado” no pátio, porém ambos os deputados afirmaram que devem acionar o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado para que seja feita uma rigorosa apuração desse caso.

No final do ano passado, a Promotoria acusou quatro ex-dirigentes do Metrô de São Paulo por improbidade: Sérgio Avelleda, Nelson Scaglione, Sérgio Brasil e José Jorge Fagali.
A acusação ocorre por conta de um suposto ato de improbidade administrativa na contratação sem licitação, em 2005, da MGE Equipamentos Ferroviários — uma das empresas apontadas como integrante do cartel metroferroviário que atuou em São Paulo entre 1998 e 2008, durante os governos tucanos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.
O promotor também pediu condenação solidária dos acusados ao ressarcimento integral do dano material causado, correspondente à devolução integral de todos os valores despendidos pelo Metrô — cerca de R$7,3 milhões corrigidos.
Não só se submeteu ao procedimento licitatório viciado. A ele concorreu e o fez de má-fé, esperando captar vantagem indevida. Evidente que auferiu lucro considerável proveniente dos cofres públicos, mas com desfecho de máculas insanáveis. No mínimo, assumiu o risco de arcar com a indubitável responsabilidade de ressarcir integralmente os cofres públicos, se e quando tivesse sua conduta descoberta”, afirmou o promotor de Justiça responsável pela ação, Otávio Ferreira Garcia, da 4ª Vara da Fazenda Pública da Capital.

JANIO DE FREITAS SUGERE A DALLAGNOL QUE INVESTIGUE A CORRUPÇÃO TUCANA

No artigo Fim e Começo, publicado neste domingo, o colunista Janio de Freitas, sugere ao procurador Deltan Dallagnol que não investigue apenas a corrupção do PT – mas também de seus adversários.
"O procurador Deltan Dallagnol dá notícia da preocupação na Lava Jato, da qual é coordenador, com a visão de que "a mudança de governo e mesmo a Lava Jato [são] meio caminho contra a corrupção. Não concordamos com essa visão. A corrupção não é privilégio do partido A ou do partido B", diz ele.
"A preocupação se justifica e fica bem que integrantes da Lava Jato a tenham. Mas pede um complemento. Não sendo a corrupção exclusividade de um ou de outro, não seria o caso de a Lava Jato interessar-se também pela corrupção do outro? Os doleiros informantes da Lava Jato não serviram só ao 'partido A'. E as empreiteiras não atuaram apenas durante governos do mesmo 'A'", diz ainda o colunista. "O complemento não precisa ser verbal. É mesmo preferível que seja em atos".

sábado, 30 de abril de 2016

Oposição tenta barrar nomeação da esposa do governador de MG

A nomeação da primeira dama Carolina Oliveira ao comando da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social do Estado de Minas Gerais, está sendo contestada por parlamentares de oposição ao governo de Fernando Pimentel (PT), que entraram com dois recursos para barrar a indicação.
A mulher de Pimentel é investigada na Operação Acrônimo e ganharia foro privilegiado, fazendo com que eventuais processos contra ela sejam julgados pela segunda instância do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) – e não mais pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A oposição argumenta que o governador petista tem muito mais influência no TJ do que no STJ, que já tomou decisões desfavoráveis contra ele na Lava Jato.
Gustavo Valadares (PSDB), líder da oposição na Assembleia Legislativa de Minas, protocolou nesta quinta (28) um projeto de resolução para sustar os efeitos do ato de Pimentel publicado hoje no Diário Oficial. Valadares comparou a nomeação de Carolina à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a chefia da Casa Civil, cuja posse ainda está suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). “É similar ao que Dilma fez com Lula, quando o chamou para integrar um ministério. Há indícios de que Pimentel quis dar maior segurança à mulher. Temos notícias de que o caldo engrossou para ela na Operação”, disse o parlamentar. O pedido precisa ser aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e passar pelo plenário da Casa, onde Pimentel tem maioria.
O deputado, prevendo dificuldades no trâmite do requerimento, avisou que vai entrar com uma ação na Justiça, com pedido liminar, para impedir a posse da primeira-dama, nesta sexta (29). De acordo com o parlamentar, o agora ex-secretário André Quintão, que será substituído por Carolina, era um dos melhores quadros da gestão Pimentel, dada a sua experiência na área como sociólogo e deputado de quatro mandatos. “Não faz sentido ele tirar este secretário, que tem toda uma trajetória, para colocar alguém que não tem nenhuma formação na área”. A primeira dama é formada em jornalismo e atualmente é presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) do Estado de Minas.
O governo mineiro afirmou, em nota, que a indicação partiu do próprio Quintão. “Ele vê na presidente do Servas a substituição natural para que não haja descontinuidade nas políticas públicas da pasta, que já vinham sendo tocadas em parceria com a instituição”. A tal atuação conjunta seria um projeto de combate ao uso de drogas feitas pelas duas pastas. No texto, o governo reitera que a nomeação de Carolina já era planejada e “aguardava apenas o retorno da primeira dama da licença maternidade”.
Para ler a reportagem completa clique aqui.

Segundo o Site Americano, Grã-Bretanha deu £ 84 milhões por ano para Moçambique para configurar frota de pesca ... mas em vez disso país comprou barcos de patrulha militares da França




  • Empréstimos secretos destina-se a financiar uma empresa de pesca de atum estatal em Moçambique
  • Reino Unido suspenderam a ajuda depois de saber do país de £ 1 bilhão de dívidas não revelados
  • Oito barcos militares agora sentado em doca seca em capital de Moçambique, Maputo.
  • A Grã-Bretanha suspendeu a ajuda a Moçambique, um dos países mais pobres do mundo, após os empréstimos secretos destinados a financiar uma empresa de pesca de atum estatal foram vez usado para comprar caros barcos de patrulha militares da França.
    O Departamento para o Desenvolvimento Internacional (DFID), que tem sido o envio de £ 84 milhões por ano para Moçambique, desligou a torneira após o governo não confessou a quase £ 1 bilhão em dívidas que não tinha divulgado ao tomar o dinheiro da ajuda.
    O movimento segue suspensões semelhantes de ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que inclui a Grã-Bretanha entre os seus maiores doadores.
    O escândalo bizarro surgiu após Moçambique teve a entrega de oito embarcações militares.
    Eles sentam-se atualmente alto e seco em uma doca de concreto na área portuária da capital, Maputo.

  • A empresa de pesca deveria ajudar as amortizações de empréstimos de fundos de £ 177 milhões por ano. Ele teria feito uma perda de £ 17 milhões em seu primeiro ano.
    No mês passado, o primeiro-ministro de Moçambique, Carlos Agostinho do Rosário, admitiu ao FMI que os empréstimos foram retirados secretamente por seu antecessor sem dizer parlamento ou doadores.
    O FMI, que afiançado Moçambique com a ajuda de emergência em outubro passado, instantaneamente parou pagamento de uma segunda tranche de £ 200 milhões. rating de crédito do país caiu drasticamente.
    Economista Joseph Hanlon, especialista em Moçambique, disse: "Pelo menos $ 2200000000 [£ 1,5 bilhão], equivalente a todos os gastos do governo por cinco meses, tem sido desperdiçado em segredo em barcos de necessidade duvidosa e, é amplamente assumida, em corruptos pagamentos. '


     Hanlon, pesquisador sênior da London School of Economics, acrescentou que as carreiras dos funcionários humanitários foram em grande parte determinado pela quantidade de dinheiro que eles dispensado, dizendo: "Apesar da guerra e do escândalo, Moçambique é visto como um país que pode trabalhar com ele. '
    O escândalo parece ser um caso clássico de "fungibilidade" - o termo usado para descrever a forma como o dinheiro fornecido a partir do exterior para as autorizações de alívio da pobreza governantes para desviar fundos em projetos de estimação ou seus próprios bolsos.
    Cerca de um quarto do orçamento do país de caixa amarrada vem de doadores estrangeiros.
    “Grã-Bretanha está entre doadores chave, ostentando em seu site que ajuda do Reino Unido está a ajudar Moçambique ‘transformar-se em um gateway próspera do comércio e investimento “.
    Uma porta-voz DFID disse: "Esta parece ser uma grave quebra de confiança. ' Ela insistiu que não havia nenhuma evidência 'até agora' de qualquer mau uso do dinheiro dos contribuintes, acrescentando: "Estamos a trabalhar em estreita colaboração com parceiros internacionais para estabelecer a verdade".

    Fonte: dailymail.co.uk 

    Barack e Michelle Obama desafiam a Família Real Britânica

    A Família Real Britânica, especificamente o Príncipe Harry e a Rainha Elizabeth, estão prestes a enfrentar os maiores membros da política americana, o presidente Barack Obama e a primeira dama Michelle Obama.
    Seria uma guerra vindo? Nada disso! Trata-se apenas de uma brincadeira feita em um vídeo compartilhado nas redes sociais da Família Real em que Obama desafiam os ingleses para uma competição poliesportiva, o Invictus, criado por Harry e que terá sua segunda edição em Orlando, nos Estados Unidos.
    No vídeo, vemos a rainha e o príncipe conversando sobre a competição, quando uma mensagem em vídeo de Michelle Obama, desafiando a dupla em um tom competitivo.
    “Hey, príncipe Harry. Lembra quando você nos disse para trazer você ao Invictus Games?”, diz ela e logo após Obama completa: “Cuidado com o que deseja!”
    Entrando na brincadeira, a Rainha Elizabeth e o Príncipe Harry ironizam os colegas, com cara de deboche.
    “Boom? Sério? Por favor!” diz a britânica.

    Randolfe Rodrigues dá o bote em Janaina Paschoal e mostra que o raciocínio dela incrimina Michel Temer





    Segundo o jornal o Estado de S. Paulo, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) esperou até a 1h da manhã da madrugada desta sexta (29) para ‘pregar uma peça’ na autora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, a advogada Janaína Paschoal.

    Ele explicou detalhadamente o funcionamento dos decretos de créditos sumplementares e solicitou que Janaína opinasse a respeito. Ela, por sua vez, afirmou que as medidas, sem autorização do Congresso, são crime de responsabilidade e a punição para tal é o impedimento.
    “Muito bem, fico feliz com sua opinião, porque a senhora acabou de concordar com o pedido de impeachment do vice-presidente Michel Temer. Essas ações que eu li foram tomadas pelo vice”, disse Randolfe na sequência.
    Constrangida, a professora teria tentado se explicar, uma vez que poucas horas antes havia afirmado que não há indícios suficientes para o afastamento do vice-presidente, do PMDB.
    “O vice-presidente assina documentos por ausência do presidente, por delegação. Neste caso, não há o tripé de crimes continuados e intercalados entre si”, justificou-se Janaína.
    Foto: Agência PT

    Áudio pornô vaza, interrompe senador e causa constrangimento na comissão do impeachment.Veja a cena:

    A comissão no Senado Federal que analisa o processo de impeachment que pode resultar no afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) protagonizou um momento constrangedor nesta sexta-feira (29). Em meio a falas dos juristas Miguel Reale Jr. e Janaina Paschoal, os dois principais autores do pedido de impedimento da petista, os participantes ficaram constrangidos após o vazamento de gemidos oriundos áudio pornô.
    O som interrompeu a explanação do senador Cássio Cunha Lima (PSDB/PB) sobre a defesa da presidente. O áudio vazou do celular de algum presente, provavelmente de um senador que abriu uma mensagem enviada pelo Whatsapp. O áudio deixou os presentes visivelmente constrangidos. ˜Peço que desconte do meu tempo o choro do bebê”, afirmou Lima, após ficar paralisado por poucos segundos.
    Veja a cena:

    sexta-feira, 29 de abril de 2016

    CARDOZO PEDE SUSPEIÇÃO DE ANASTASIA, MAS COMISSÃO NEGA

    Antes de iniciar a defesa da presidente da República, na comissão que analisa o impeachment no Senado Federal, o ministro José Eduardo Cardozo, da Advocacia-Geral da União, anunciou o pedido de suspeição do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG); o motivo: a denúncia foi formulada por um filiado ao PSDB, o advogado Miguel Reale Júnior, e por uma pessoa que prestou serviços ao partido, a também advogada Janaina Paschoal; segundo Cardozo, sem questionar a "honorabilidade do relator", este fato retira a isenção de Anastasia para relatar o caso; o pedido, no entanto, foi negado pela comissão; Cardozo disse ainda que a denúncia deve ser rejeitada por um motivo simples: o Brasil não é parlamentarista e a presidente não pode ser afastada simplesmente porque perdeu maioria no Congresso; "em se consumando este impeachment, terá havido um golpe", disse ainda CardozoO motivo: a denúncia foi formulada por um filiado ao PSDB, o advogado Miguel Reale Júnior, e por uma pessoa que prestou serviços ao partido, a também advogada Janaina Paschoal.
    Segundo Cardozo, sem questionar a "honorabilidade do relator", este fato retira a isenção de Anastasia para relatar o caso.
    Cardozo disse ainda que a denúncia deve ser rejeitada por um motivo simples: o Brasil não é parlamentarista e a presidente não pode ser afastada simplesmente porque perdeu maioria no Congresso.
    Ele voltou a afirmar que um processo de impeachment, sem crime de responsabilidade e sem direito de defesa, configura um golpe de estado, como apontam diversos estudiosos. "Em se consumando este impeachment, terá havido um golpe", disse o ministro.
    Assista, aqui, ao vivo, a sessão da comissão de impeachment.
    Leia, ainda, reportagem da Agência Brasil sobre a sessão desta sexta-feira:
    Comissão do impeachment no Senado ouve defesa da presidenta
    Carolina Gonçalves e Karine Melo – Repórteres da Agência Brasil
    Começou há pouco a sessão da Comissão Especial do Impeachment no Senado marcada para ouvir o advogado-geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, o ministro do Fazenda, Nelson Barbosa e a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, em defesa da presidenta Dilma Rousseff. Esta será a quarta vez que Cardozo vem ao Congresso Nacional para rebater os argumentos da acusação que fundamentaram o pedido de impedimento assinado pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal.
    Na Câmara ele participou de duas sessões da comissão especial que analisou o processo e também falou no plenário, no dia da votação que admitiu o andamento do processo contra a presidenta. Cardozo ainda deve vir ao Senado ao menos uma vez, quando o relatório estiver concluído e antes da votação do texto. A defesa terá duas horas para expor a posição a favor de Dilma e depois terá de responder a perguntas dos senadores.
    Ontem (28) o colegiado ouviu Janaína e Reale Júnior que sustentaram a continuidade do processo. Enquanto a advogada negou negando ser filiada a partido político e afirmou que o processo não tem caráter partidário, Reale Júnior classificou Dilma como centralizadora e afirmou que ela tinha conhecimento sobre a gravidade da situação das contas do país.
    No pedido contra a presidenta estão pontos como a edição de créditos suplementares sem autorização do Legislativo. Segundo Reale, esta prática, que ocorreu desde 2013, configura crime de responsabilidade e sustenta o afastamento.
    O presidente da comissão, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), disse que o dia foi “pesado mas proveitoso” e que a participação dos senadores demonstrou a importância dos convidados. Para a base aliada, os depoimentos não trouxeram novidades.
    Andamento
    Na próxima segunda-feira (2), serão ouvidos, também pela acusação, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso e o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo de Oliveira, que identificou o atraso no repasse de recursos para bancos públicos para o pagamento de benefícios sociais, as chamadas pedaladas fiscais. Também está na lista o professor do Departamento de Direito Econômico-Financeiro e Tributário da Universidade de São Paulo (USP), Maurício Conti.
    Na terça-feira (3), falam pela defesa o professor de direito processual penal da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Geraldo Prado; o diretor da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Lodi Ribeiro, além de Marcelo Lavenère, ex-presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
    Pelo calendário acordado pela comissão, depois destas oitivas, o relator Antônio Anastasia (PSDB-MG) vai apresentar o parecer e o texto será discutido já no dia 4, para que haja tempo hábil para eventuais pedidos de vista nas 24 horas seguintes. No dia 5 a defesa da presidentaterá mais uma oportunidade de se manifestar.
    No dia 6, o relatório deve ser votado pelo colegiado que, para aprovar, precisa de maioria simples entre os 21 integrantes da comissão. Feito isso, haverá mais um intervalo, de 48 horas úteis, para que, no dia 11 de maio, a votação final sobre admissibilidade ocorra em plenário.
    Se aprovada a admissibilidade do processo, a presidenta da República será notificada e imediatamente afastada do cargo por 180 dias. Se rejeitada a admissibilidade, o processo será arquivado.

    Conheça a triste história de Laika, o primeiro animal “cosmonauta” do mundo

    O primeiro homem a colocar os pés na Lua foi Neil Armstrong — seguido pelo astronauta Buzz Aldrin — em 1969. Antes dos norte-americanos, a primeira pessoa a flutuar no espaço foi o cosmonauta soviético Alexei Leonov, em 1962, mas ele não foi o primeiro ser humano a ir ao espaço. Quem fez isso foi Yuri Gagarin, conterrâneo de Alexei, que completou uma órbita ao redor da Terra em abril de 1961.
    No entanto, a primeira criatura terrestre da História a deixar o nosso planeta e completar uma órbita ao seu redor não foi um humano. Quem teve essa honra — ou azar! — foi a cadelinha soviética Laika que, no dia 3 de novembro de 1957, foi enviada ao espaço a bordo do satélite espacial Sputinik 2.

    A cosmonauta

    Laika foi um cão vira-lata encontrado nas ruas de Moscou pouco antes do lançamento do satélite, e ela foi considerada como candidata ideal devido ao seu pequeno porte e natureza tranquila. Na verdade, os soviéticos se encontravam em plena corrida espacial contra os norte-americanos e queriam testar a viabilidade de enviar seres humanos em viagens espaciais.
    O pobre cão foi preparado durante alguns dias para a missão, e o treinamento basicamente consistiu em ir colocando Laika em gaiolas progressivamente menores até que ela se sentisse confortável no compartimento que a levaria ao espaço. Além disso, os soviéticos também submeteram a cadelinha a algumas sessões em simuladores de voo para ela ir se aclimatando com sua missão.
    Contudo, o que os soviéticos falharam em informar à Laika — e ao resto do mundo — é que a viagem da cosmonauta não teria volta, e que ela deveria morrer no espaço. Foi só depois do lançamento do Sputinik 2 que esse pequeno detalhe foi divulgado e, como era de se esperar, o sacrifício do animal causou uma onda de revolta.

    Viagem sem volta

    Segundo os organizadores da missão, Laika teria alimentos e água à sua disposição no interior do satélite, e seus sinais vitais seriam monitorados a partir da base soviética na Terra. O plano era que, depois que o oxigênio terminasse no interior do compartimento, a cachorrinha fosse alimentada com ração envenenada para que ela morresse com um mínimo de sofrimento. E muita gente acreditou que esse foi o seu fim até recentemente.
    Só que, infelizmente para o animal, nem tudo saiu como planejado. Durante o World Space Congress que ocorreu em Houston em 2002, Dimitri Malashenkov, um dos cientistas que trabalharam na missão do Sputinik 2, revelou uma série de dados até então desconhecidos sobre o lançamento do satélite.
    Segundo Malashenkov, no total, três cães foram treinados para a missão, Albina, Laika e Mushka, e a equipe teve que trabalhar contra o relógio para adaptar os animais às condições da apertada cabine do Sputinik. Para isso, conforme já mencionamos anteriormente, o trio foi posto em gaiolas cada vez menores durante períodos de 15 a 20 dias, e cada um foi preparado para “funções” diferentes.
    Laika havia sido a cosmonauta escolhida para entrar em órbita, enquanto Albina, que já tinha voado duas vezes em um foguete de alta altitude, seria a substituta de Laika caso algo acontecesse com ela. Mushka, por sua vez, tinha como função testar os instrumentos do satélite e os aparelhos de suporte à vida.

    Ao infinito e além

    Malashenkov contou que os sensores colocados em Laika indicaram que, durante o lançamento do Sputinik 2, seu ritmo cardíaco disparou para duas ou três vezes com respeito ao detectado com o animal em repouso, e voltou a cair depois que a cadelinha passou a experimentar a falta de gravidade.O cientista disse que o pulso de Laika levou três vezes mais tempo do que o registrado durante os testes em terra para voltar ao normal, indicando que ela estava sofrendo um enorme estresse. Ademais, os sensores do satélite indicaram que a temperatura e umidade no interior da cabine começaram a subir logo após o início da missão e, depois de um período entre 5 e 7 horas do lançamento, nenhum sinal vital de Laika foi detectado.
    Até as revelações de Malashenkov, muitos acreditavam que Laika sobreviveu durante ao menos 4 dias em órbita. Inclusive havia quem pensasse que o bichinho durou uma semana interira no espaço. Entretanto, na verdade, por volta da quarta órbita do Sputinik 2 ao redor da Terra, Laika já havia perecido devido ao estresse e ao excesso de calor no interior da cabine.Laika não resistiu poucas horas em sua viagem, mas completou um total de 2.570 voltas ao redor do nosso planeta dentro de seu “caixão” — que queimou durante a sua reentrada na atmosfera terrestre no dia 4 de abril de 1958. Mesmo assim, sua morte, embora triste, não foi em vão, já que a missão não só provou que um organismo vivo era capaz de sobreviver à falta de gravidade, como forneceu informações imprescindíveis para que os humanos pudessem continuar sonhando com alcançar o infinito e além.

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